Lula brinca com fogo e se arrisca a morrer queimado

Faltou apenas um voto para que a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovasse uma resolução pedindo à Venezuela que fosse completamente transparente em relação aos resultados da eleição presidencial do último domingo.

A resolução precisava de 18 votos para ser aprovada, mas só obteve 17. Nenhum estado-membro da OEA votou contra. Onze deles, porém, se abstiveram, incluindo o Brasil. México, Venezuela e mais três países preferiram se ausentar.

Votaram a favor da resolução, entre outros, Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, Estados Unidos, Equador, Peru e Uruguai. O voto do Brasil foi seguido por Belize, Bolívia, Colômbia, São Cristóvão e Névis, Antígua e Barbados.

Diz John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

“A nossa paciência e a da comunidade internacional está a esgotar-se. Estamos exaustos à espera de que as autoridades eleitorais venezuelanas digam a verdade e publiquem todos os dados detalhados destas eleições”, 

Responde Maduro, ameaçador:

“Não gostaríamos de ir para outras formas de fazer revolução, queremos continuar com o caminho que Chávez traçou. Mas se o imperialismo americano e a força dos criminosos fascistas nos obrigarem, chamarei o povo a uma nova revolução”.

Mais de 1.000 pessoas foram presas desde o último domingo (28) na Venezuela, informou o Ministério Público do país. Mais de 16 foram mortas até ontem, denunciou a oposição que insiste em afirmar que o vencedor da eleição foi seu candidato.

Uma análise de atas eleitorais conduzida pelo jornal americano The New York Times, e publicada na quarta-feira (31), aponta que a oposição venceu, ao contrário do que anunciou o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.

Se depender de Maduro, que controla todos os poderes do seu país, incluindo a Justiça, o Congresso, as Forças Armadas e a mídia, os líderes da oposição venezuelana Edmundo González e María Corina Machado deveriam ser presos:

“Se você perguntar minha opinião como cidadão, essas pessoas deveriam estar atrás das grades. Como chefe de Estado, eu diria que deve haver justiça. Eles devem parar de se esconder e devem comparecer ao escritório do procurador”.

Cadê as atas eleitorais que comprovariam quantos votos foram depositados em cada urna e como eles se distribuíram entre os candidatos? Segundo Maduro, o sistema que guarda essas informações “enfrenta um ataque hacker nunca visto antes”.

Na verdade, de duas, uma: ou Maduro sabe que perdeu e não quer mostrar as atas, ou sabe que perdeu e ganha tempo para falsificar documentos que provem que ele venceu. Elementar, meus caros. Elementar, presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Venezuela está em meio a duas tentativas de golpe. A primeira: vender como legítimo o resultado de uma eleição fraudada. Caso falhe a primeira tentativa, virá a segunda: o endurecimento do regime. A ditadura tiraria a máscara.

Para Lula, tudo é mais simples. Disse ele:

“Vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51% e teve outra pessoa que disse ter tido 40 e poucos por cento. Um concorda outro não. Entra na Justiça e a Justiça faz.”

Entra na Justiça aonde? Só pode ser na Venezuela. E a justiça venezuelana fará o quê? Dará razão a quem? Lula, Lula, você  está brincando com fogo. Mais tarde não se queixe se morrer queimado. Chamuscado, já está.

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