David Lynch, o gênio surrealista do cinema, morre aos 78 anos

O mundo do cinema perdeu nesta quinta-feira (16/1) um de seus maiores visionários. David Lynch, diretor icônico de obras como Cidade dos Sonhos (2001) e Twin Peaks (1990), morreu aos 78 anos. A notícia foi confirmada por sua família em comunicado nas redes sociais, no qual destacaram o impacto de sua ausência: “Há um grande vazio no mundo agora que ele não está mais conosco. Mas, como ele diria, ‘mantenha o olho no donut, não no buraco da rosquinha’.”

Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, Lynch revelou em 2024 ter sido diagnosticado com enfisema pulmonar, consequência de décadas como fumante – um hábito que começou aos oito anos. Ele abandonou o cigarro dois anos antes de anunciar a doença, mas sua saúde já estava comprometida, afastando-o de produções presenciais.

Uma carreira marcada pela genialidade e ousadia

Nascido em 1946, Lynch começou sua trajetória artística como pintor, mas rapidamente migrou para o cinema, onde encontrou sua verdadeira vocação. Seu primeiro longa, Eraserhead (1977), apresentou ao mundo seu estilo único: uma combinação de surrealismo, horror psicológico e atmosferas oníricas.

Com O Homem Elefante (1980), estrelado por John Hurt e Anthony Hopkins, o diretor conquistou reconhecimento internacional e recebeu suas primeiras indicações ao Oscar. Já em 1986, Veludo Azul lhe rendeu outra nomeação à estatueta de melhor direção, consolidando-o como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo.

No entanto, foi na televisão que Lynch revolucionou narrativas com a série Twin Peaks. O mistério em torno da morte de Laura Palmer transformou o gênero de drama televisivo, conquistando uma legião de fãs e status cult, mesmo após o cancelamento precoce. A série originou um filme (Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer, 1992) e uma aguardada terceira temporada em 2017.

O legado de um mestre

David Lynch desafiava convenções narrativas, explorando os limites entre o real e o surreal. Filmes como Estrada Perdida (1997), Cidade dos Sonhos (2001) e Império dos Sonhos (2006) destacaram sua habilidade em transformar o cotidiano em algo perturbador e extraordinário.

Seu trabalho foi reconhecido com prêmios como a Palma de Ouro em Cannes, por Coração Selvagem (1990), e o prêmio de melhor direção no mesmo festival por Cidade dos Sonhos. Em 2022, ele fez sua última aparição como ator em Os Fabelmans, interpretando o diretor John Ford.

Além do cinema, Lynch se dedicou à pintura, música e à meditação transcendental, prática que considerava essencial para sua criatividade. Durante sua visita ao Brasil, em 2008, afirmou: “A intuição é o principal instrumento de um artista. A meditação ajuda a abrir a mente para o infinito.”

David Lynch deixa um legado incomparável, marcado pela originalidade, ousadia e uma visão artística que transformou o cinema e a televisão. Sua obra continuará inspirando gerações de artistas e fãs.

Com informações de Metrópoles e G1

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