PL descarta punir senador astronauta, apesar de atrito com Bolsonaro

O PL (Partido Liberal) descarta qualquer tipo de punição ou retaliação ao senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que mantém sua candidatura à presidência do Senado sozinho e foi criticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta semana. A sigla apoia formalmente o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) na disputa, em uma aliança costurada por Bolsonaro.

O que aconteceu?

  • O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) lançou ainda em 2024 sua candidatura à presidência do Senado, mesmo sem o apoio do PL.
  • Nesta semana, Bolsonaro disse que Pontes não tem chances de vencer e que a candidatura dele atrapalha a articulação política do partido.
  • Depois da declaração do ex-presidente, o senador astronauta fez uma publicação com a frase: “A arrogância fecha portas”, sem mencionar Bolsonaro, e reforçou sua candidatura.
  • O PL, partido de Pontes, apoia a candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à presidência do Senado.
  • Na terça (21/1), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) criticou o colega e disse para Bolsonaro “não se preocupar com coisa inútil”.

A avaliação feita dentro da legenda é de que a decisão de concorrer sozinho já causa ônus ao parlamentar e que o acordo interno do partido de fechar com Alcolumbre é “matemática”, uma vez que a sigla não teria votos suficientes se tivesse um candidato.

Ao Metrópoles, o líder do PL, senador Carlos Portinho (PL-RJ), disse que lamenta o posicionamento de Pontes, mas que respeita a posição de cada senador da bancada.

“Discutimos muito internamente quem apoiaríamos e decidimos em conjunto conforme orientação da maioria e liderado pela vontade do nosso líder maior da direita, o presidente Bolsonaro, a quem devemos o maior respeito”. disse o líder do PL.

Portinho afirmou que pretende conversar com o senador astronauta na semana que vem, em uma tentativa de convencê-lo a desistir da disputa.

“Importante é que o senador Marcos Pontes continue votando conosco nos temas da oposição. E assim será. De resto, a repercussão para ele próprio não tem sido boa”, declarou.

Com candidato próprio em 2023, PL ficou sem nada no Senado

Em 2023, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro lançou Rogério Marinho (PL-RN) para a presidência do Senado contra o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Marinho foi derrotado na disputa. O placar final foi de 49 a 32, com a vitória de Pacheco.

Naquele ano, o partido ficou sem cargos na Mesa Diretora e sem a presidência de nenhuma comissão relevante na Casa, o que deixou a sigla de mãos atadas por dois anos dentro do Senado.

Foi neste contexto que no ano passado a cúpula do partido, liderada por Bolsonaro, decidiu que não poderia repetir o que fez em 2023 e ter candidatura própria. Assim, fechou acordo com Alcolumbre para a disputa deste ano.

Fruto deste acordo, o PL deve ficar com a vice-presidência do Senado, cargo que deve ser ocupado pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO). Além disso, a Comissão de Infraestrutura também deve ficar com a sigla, sob o comando de Marcos Rogério (PL-RO).

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