Frio e vento dificultam resgate em acidente com avião e helicóptero

As equipes de resgate envolvidas na operação de busca do avião da American Airlines que caiu na noite dessa quarta-feira (29/1) no rio Potomac com 64 pessoas a bordo estão enfrentando condições “extremamente difíceis”, disse John Donnelly, chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, em uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira (30).

A aeronave bateu em um helicóptero militar em Washington, D.C., perto do Aeroporto Ronald Reagan.

O “frio”, o “vento forte” e o “gelo” atrapalham as operações, declarou o oficial.

“As aeronaves estão na água”, afirmou mais cedo a prefeita da cidade, Muriel Bowser. A aeronave estava prestes a pousar quando ocorreu a colisão. O helicóptero Black Hawk, do Exército dos EUA, tinha três soldados a bordo e estava em um vôo de treinamento.

Mais de 300 bombeiros estão mobilizados nas operações de mergulho na região, de acordo com um representante do sindicato da categoria. “Os esforços de busca e resgate estão em andamento no rio Potomac”, confirmou Kelly, presidente da International Association of Fire Fighters (Associação Internacionais dos Bombeiros), na plataforma X.

Pelo menos 19 corpos foram retirados do rio Potomac, de acordo com a CBS News. Já a NBC citou “mais de uma dúzia”. Vários membros da comunidade de patinação artística dos EUA estavam a bordo do avião. “Estamos arrasados após esta tragédia indescritível”, disse o órgão regulador da patinação artística americana em um comunicado citado pelo Washington Post.

As temperaturas da água, em torno de 1,6ºC na noite desta quarta-feira (29), representam um risco elevado de hipotermia e podem matar uma pessoa em apenas 15 minutos, segundo especialistas.

A aeronave pertece à PSA, uma subsidiária regional da American Airlines, e decolou de Wichita, no Kansas. Equipes de resgate localizaram o helicóptero, virado de ponta-cabeça, a poucos metros do local do acidente.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, expressou sua “profunda tristeza” em um vídeo. Ele confirmou que a companhia estava fazendo o possível para obter informações precisas e repassá-las às famílias das pessoas que estavam na aeronave.

De acordo com a polícia de Washington, ainda não há informações sobre as vítimas ou sobreviventes. O avião teria se rompido em duas partes. As causas da colisão ainda estão sendo investigadas, mas a pista terrorista já teria sido descartada.

Investigação

O helicóptero estava em um voo de treinamento no momento do incidente, informou Heather Chairez, chefe de mídia da Força-Tarefa Conjunta da Região da Capital Nacional, à CNN. Ainda não se sabe de onde o Black Hawk havia decolado antes da colisão.

Pouco depois do acidente, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o presidente Donald Trump estava a par do acidente em uma entrevista à FOX News. “Há muitas agências envolvidas, tanto federais quanto locais, trabalhando para salvar o maior número possível de vidas. O presidente continuará monitorando a situação”, afirmou, pedindo calma à população.

Em um comunicado, Trump declarou estar “totalmente informado” sobre o acidente e que acompanhará de perto o desdobramento das investigações. “Os pensamentos e orações de todo o governo estão com todos os envolvidos”, acrescentou Leavitt.

“Deus os abençoe”, disse o presidente Donald Trump em um comunicado. Em seguida, em uma mensagem em sua plataforma Truth Social, Trump disse que o desastre aéreo “deveria ter sido evitado” se o helicóptero tivesse manobrado na direção certa para evitar o acidente, com a ajuda dos controladores de tráfego aéreo.

A noite estava CLARA, as luzes do avião estavam brilhando, por que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou? Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer, em vez de perguntar se viram o avião?”, escreveu. Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada. NÃO É BOM!!!”

O aeroporto Nacional Ronald Reagan ficará fechado até pelo menos as 11h da manhã desta quinta-feira, no horário local, disse Jack Potter, presidente e CEO da Autoridade dos Aeroportos da Região Metropolitana de Washington, em uma coletiva de imprensa.

De acordo a FAA, a agência de aviação americana, o avião da fabricante Bombardier operado pela PSA, subsidiária da American Airlines, “colidiu a média altitude” com o helicóptero Sikorsky H-60 no momento da aproximação para pousar no Aeroporto Reagan, localizado à beira de Washington e do rio Potomac.

O avião deste modelo pode transportar até 78 pessoas. O helicóptero é conhecido como “Black Hawk” e pode transportar 15 pessoas. O incidente trouxe à memória o desastre do voo 90 da Air Florida, que caiu no rio Potomac em 13 de janeiro de 1982, matando 78 pessoas.

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