PIB dos EUA desacelera e coloca juros do Fed em xeque

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um crescimento anualizado de 2,3% no quarto trimestre de 2024, abaixo da projeção de 2,7%, conforme divulgado pelo Escritório de Análise Econômica (BEA) nesta quinta-feira (30). O dado sinaliza uma desaceleração econômica em relação ao avanço de 3,1% no trimestre anterior e levanta novas dúvidas sobre os rumos da política monetária americana.

Inflação sobe e reforça cautela do Fed

O índice de Preços para Gastos com Consumo Pessoal (PCE) anualizado subiu 2,3%, um aumento significativo em relação à estimativa anterior de 1,5%. O núcleo do PCE, que exclui os preços de alimentos e energia, também acelerou, marcando 2,5%, em linha com as projeções do mercado. A inflação persistentemente elevada pode levar o Federal Reserve (Fed) a adiar cortes na taxa básica de juros.

Na reunião desta semana, o Federal Reserve manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano, na primeira decisão após a posse do presidente Donald Trump. Com a economia demonstrando sinais de desaceleração, mas a inflação ainda pressionando, os analistas agora preveem que a autoridade monetária pode postergar qualquer movimento de redução dos juros até junho.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) destacou que a atividade econômica segue em crescimento sólido, com taxa de desemprego estabilizada em patamar baixo e mercado de trabalho resiliente. No entanto, a inflação segue como um fator crítico na equação para os próximos meses.

Impacto no mercado e expectativas para 2024

A desaceleração do PIB e o avanço da inflação levaram os investidores a reavaliarem suas projeções para a política monetária. Se antes o mercado apostava em cortes de juros já no primeiro semestre, agora as expectativas estão divididas entre um possível ajuste no meio do ano ou apenas no segundo semestre.

Os próximos relatórios de inflação e emprego devem ser cruciais para determinar os próximos passos do Federal Reserve. Enquanto isso, Wall Street segue ajustando suas apostas para os mercados de renda fixa e variável, atentos aos sinais do banco central sobre o futuro da política monetária americana.

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