Após decisão sobre juros, Ibovespa sobe forte e bate 125 mil pontos

No dia seguinte às decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em forte alta nesta quinta-feira (30/1).

Desde o início do pregão, o indicador registrava ganhos. Por volta das 11h40, o Ibovespa tinha alta de 1,4%, chegando ao patamar dos 125 mil pontos (125,1 mil).

Na véspera, o Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,5%, aos 123,4 mil pontos.

O índice ainda acumula alta de 0,8% na semana e de 2,62% no ano.


O que puxa a alta

  • Entre os papéis que mais se valorizavam no pregão desta quinta, estavam os do Magazine Luiza, ultrapassando 5,7% de alta.
  • Localiza, com ganhos de 2%, e Renner, com alta de 1,6%, também eram destaques.
  • A Vale esboçava uma recuperação após perdas recentes e avançava 1,2%.
  • No setor de siderurgia, CSN subia 2%, e a Gerdau, 0,6%.
  • Os setores de petróleo e financeiro também sustentavam a alta do Ibovespa.
  • Petrobras tinha alta de 0,4%; Prio subia 1,1%; Banco do Brasil avançava 0,5%; e Itaú registrava ganhos de 0,9%.

Copom e Fed

Os investidores repercutem nesta quinta as decisões do Copom e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) sobre os juros básicos das economias de Brasil e EUA.

A reunião concluída nessa quarta-feira (29/1) foi a primeira do Copom em 2025 e também a primeira desde a posse do economista Gabriel Galípolo, ex-diretor de Política Monetária do BC e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, na presidência da autarquia. Galípolo foi indicado ao posto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sucedeu a Roberto Campos Neto, que havia sido indicado por Jair Bolsonaro (PL).

O Copom tem mais sete reuniões programadas para este ano para definir a taxa básica de juros do país. O próximo encontro do colegiado com essa finalidade acontecerá nos dias 18 e 19 de março.

Nessa quarta, o comitê sinalizou que deve elevar a taxa básica de juros em mais um ponto percentual. Com isso, chegará a 14,25% ao ano, o mesmo patamar de julho de 2015, durante a crise no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O Fed, por sua vez, confirmou as expectativas dos analistas do mercado e manteve os juros básicos da economia norte-americana inalterados – no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.

A decisão interrompe um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.

Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.

Na última reunião do ano passado, o BC dos EUA decidiu cortar os juros em 0,25 ponto percentual. Com isso, os juros fecharam 2024 em um intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano (antes era de 4,5% a 4,75% ao ano).

Pressões de Trump

A decisão da autoridade monetária dos EUA foi tomada em meio a pressões públicas do presidente Donald Trump. Antes mesmo de tomar posse para seu segundo mandato na Casa Branca, Trump já fazia críticas às decisões do Fed sobre a taxa de juros e defendia que os cortes fossem intensificados.

Já empossado presidente, em discurso durante o Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), Trump disse que trabalharia para que os juros nos EUA caíssem “imediatamente”.

“Com os preços do petróleo caindo, exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente e, da mesma forma, elas deveriam cair em todo o mundo”, afirmou o presidente norte-americano.

Dólar

O dólar mantinha a trajetória de valorização desde o início da sessão desta quinta-feira.

Depois de emendar oito quedas consecutivas, a moeda dos Estados Unidos operava com ganhos de 0,85% e, às 9h52, era negociada a R$ 5,916.

Mais cedo, às 9h15, o dólar avançava 0,98%, cotado a R$ 5,925 na venda.

Na véspera, ainda antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciar um novo aumento de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, de 12,25% para 13,25% ao ano, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,06%, a R$ 5,86, próximo da estabilidade. Foi a menor cotação para o dólar desde novembro do ano passado.

Com o resultado, a moeda norte-americana acumula queda de 0,89% nesta semana e de 5,08% no primeiro mês de 2025.

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