50% dos jovens veem o empreendedorismo como uma saída


O empreendedorismo é muito mais do que o simples ato de criar uma empresa;
ele envolve a consolidação de uma visão capaz de transformar tanto as economias quanto as sociedades. Criar uma empresa é, em essência, um ato de coragem, em que a incerteza se torna uma constante e a inovação, uma necessidade. Esse processo, longe de ser exclusivo de grandes corporações, abrange desde pequenos projetos familiares até startups de tecnologia com o potencial de revolucionar indústrias inteiras.

No Brasil, o empreendedorismo tornou-se não apenas um motor econômico,
mas também uma poderosa ferramenta de inclusão social. De acordo com o
relatório Empreendedorismo no Brasil 2023, realizado pelo Sebrae e pela
Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de
Pequenas Empresas (Anégepe), o desejo de ter o próprio negócio é
compartilhado por 48 milhões de brasileiros.

O estudo, baseado em dados fornecidos pela pesquisa Global
Entrepreneurship Monitoring (GEM), revela que o empreendedorismo é uma ferramenta crucial para a inclusão social, especialmente para grupos como pessoas de baixa renda (70%), baixa escolaridade (77%), mulheres (55%), jovens (50%) e negros e pardos (63%).

Nesse contexto, o impulso ao empreendedorismo no Brasil é marcado por uma série de fatores que promovem um ambiente favorável à criação de empresas. O último Boletim do Mapa de Negócios, publicado pelo Ministério do Empreendedorismo, Microempresas e Negócios, mostra uma melhora no dinamismo do mercado brasileiro. Durante o segundo quadrimestre de 2024, o tempo médio para abrir uma empresa no Brasil foi reduzido para apenas 18 horas, um recorde histórico que destaca a eficácia dos serviços on-line e a
otimização dos processos administrativos.

Embora o estado do Pará tenha registrado o maior tempo médio para a abertura de novas empresas, com 1 dia e 7 horas, esse período refletiu uma melhora com uma queda de 8,8% em comparação com os quatro meses anteriores. Em contrapartida, as capitais Aracaju, Curitiba e Espírito Santo se destacaram pela rapidez, com uma média de apenas 2 horas para concluir o processo.

Em termos de crescimento, 1.459.079 novas empresas foram registradas durante o mesmo período, representando um aumento de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi liderado por micro e pequenas empresas, que responderam por 97,3% do número total de novas aberturas, consolidando seu papel como pilares fundamentais da economia nacional.

O relatório também reflete uma redução de 3% no fechamento de empresas, o
que sugere um ambiente mais favorável à sobrevivência e ao crescimento das empresas. Entretanto, ainda há desafios significativos, especialmente com relação à formalização de empresas nas favelas. De acordo com dados da Central Única das Favelas (CUFA), 37% dos 5,2 milhões de empreendedores dessas comunidades não são formalizados. Essa falta de formalização limita não apenas o acesso a financiamentos, como empréstimos, mas também
restringe sua capacidade de crescer e gerar empregos sustentáveis.

Uma tendência positiva é a mudança significativa na motivação para o empreendedorismo. Em 2020, 49,6% dos novos negócios surgiram por necessidade, devido às dificuldades impostas pela pandemia. Em 2023, esse número caiu para 38,6%, mostrando uma melhora no quadro geral. Agora, em vez disso, 61,4% das iniciativas de novos negócios foram impulsionadas por oportunidades de mercado, marcando um ressurgimento do
empreendedorismo.

O relatório também apresentou variações de crescimento e declínio em
diferentes regiões do país. Em particular, o estado do Ceará se destacou como
líder em termos de crescimento de novas aberturas, com um aumento de 9,3%
em comparação com os primeiros quatro meses de 2024. Em contraste, a
região Sudeste apresentou um declínio moderado no fechamento de empresas,
enquanto o Rio Grande do Sul experimentou uma queda de 10% no ritmo de
novas aberturas, refletindo algumas das dificuldades enfrentadas pelo setor em
certas áreas do país.

Em termos de composição setorial, o relatório destaca que 81,9% das
empresas ativas no Brasil pertencem ao setor terciário, com um aumento nas
atividades de serviços, que representam 52% do total. Esse crescimento no
setor de serviços foi impulsionado pelo aumento da demanda por atividades
como transporte, saúde e tecnologia. Por outro lado, o comércio sofreu uma
ligeira redução em sua representação, registrando sua menor participação
desde o início da análise do Mapa de Negócios.

Os microempreendedores individuais (MEI) continuam sendo um componente
fundamental do ecossistema empreendedor brasileiro, representando 55,4%
dos negócios ativos. Nesse quadrimestre, foram registrados 1.082.049 novos
MEIs, consolidando um total de 11.697.275 empreendedores ativos nessa
modalidade. Esse modelo de negócio, caracterizado por sua simplicidade e
benefícios fiscais, continua atraindo uma ampla gama de empreendedores,
especialmente aqueles que atuam em atividades de serviços e comércio.

Na mesma linha, embora tenha havido uma queda de 0,6% na abertura de
novos empreendimentos em comparação com os primeiros quatro meses de
2024, o crescimento anual foi de 5,4%. Esse aumento consolidou um total de
13.852.020 empreendedores individuais ativos, incluindo
microempreendedores, o que reafirma a importância do empreendedorismo
individual.

Perspectivas para empreendedores em 2025
Em 2025, o Brasil está emergindo como um terreno fértil para empreendedores
interessados em negócios de baixo investimento e alto retorno. De acordo com
Luciana Macedo, gerente nacional do Sebrae, em entrevista à CNN, há vários
setores que se destacam por seu potencial de crescimento. Entre eles estão a
corretagem de imóveis, o design gráfico, a distribuição de bebidas, os
escritórios de consultoria, as lojas de cosméticos e perfumes e a venda de
produtos como chocolates e artigos para animais de estimação.

O que torna esses segmentos particularmente atraentes é a combinação de
lucratividade com a possibilidade de operar com um investimento inicial
relativamente baixo. Isso os torna opções ideais para aqueles que desejam
iniciar um negócio sem a necessidade de grandes quantias de capital. Além
disso, muitos desses negócios permitem que você trabalhe de forma autônoma
e até mesmo em ambientes remotos, o que responde a uma tendência
crescente de flexibilidade no trabalho.

Outro fator que distingue esses setores é a facilidade com que eles podem
operar de forma independente. Isso abre a porta para a possibilidade de
complementar a renda de uma fonte principal, o que é muito atraente para
aqueles que desejam aumentar sua lucratividade sem comprometer seu
emprego atual.

Em termos de tendências, o modelo de negócios digital tornou-se ainda mais
relevante. A possibilidade de operar sem a necessidade de um local físico
reduz significativamente os custos operacionais e permite atingir um público
mais amplo. O comércio eletrônico, por exemplo, estabeleceu-se como uma
das opções mais atraentes para os empreendedores.

Nesse sentido, as lojas on-line, especialmente as que operam em plataformas
de mídia social ou que combinam presença física e digital, estão em expansão.
Esse modelo de negócios não só permite que os empreendedores tenham
acesso a uma base de clientes global, mas também abre novas oportunidades
para vender produtos ou serviços com mais eficiência.

Para aqueles que desejam abrir seu próprio negócio no Brasil, há etapas
fundamentais a serem seguidas para garantir o sucesso e cumprir as
exigências legais. O primeiro passo é definir o tipo e o tamanho da empresa.
Dependendo da atividade a ser exercida, os empreendedores podem optar por

diferentes regimes fiscais, como Microempresa (ME), Empresa de Pequeno
Porte (EPP) ou Microempreendedor Individual (MEI). Cada um desses regimes
tem características fiscais e operacionais diferentes, que influenciarão as
etapas seguintes.

A próxima etapa é obter o Número de Identificação do Registro da Empresa
(NIRE), que é obtido por meio do registro da empresa na Junta Comercial
correspondente. Esse número é essencial para obter o CNPJ, que é o número
de identificação fiscal da empresa. Embora algumas empresas, como as MEIs,
possam não precisar desse registro, todas as empresas devem ter um CNPJ
válido para operar legalmente.

Em seguida, é necessário realizar o registro municipal e estadual, sendo
obrigatório para empresas que vendem produtos físicos ou prestam
determinados serviços. Dependendo da atividade comercial, também podem
ser necessárias autorizações ou licenças especiais, como é o caso dos
restaurantes, que devem atender a requisitos sanitários específicos.

Por último, el uso de plataformas de contabilidad en línea se ha vuelto
indispensable para mantener el cumplimiento de las obligaciones fiscales de
manera eficiente. Estas herramientas permiten a los emprendedores gestionar
sus finanzas y tributos de manera sencilla, lo que les permite concentrarse en
el crecimiento y desarrollo de sus negocios.

Fonte: Federico Cerutti

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