Polícia tem novo corregedor após antecessora ter parente ligado ao PCC

São Paulo — O delegado João Batista Palma Beolchi (na foto em destaque) foi anunciado como novo Corregedor-Geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, assumindo a posição da delegada Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez. Rosemeire pediu para ser afastada do cargo em dezembro do ano passado, após seu sobrinho Eduardo Monteiro, chefe de investigações da instituição, ser preso por suspeita de corrupção e extorsões. Monteiro também é investigado pela Polícia Federal por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

João Batista Palma Beolchi foi designado como corregedor-geral em decreto publicado na última quinta-feira (30/1) no Diário Oficial do Estado de São Paulo, assinado pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD).

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Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez no 2º Seminário de Direito Administrativo Disciplinar, iniciativa da corregedoria geral da Polícia Civil

Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez no 2º Seminário de Direito Administrativo Disciplinar, iniciativa da corregedoria geral da Polícia Civil
Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez e Eduardo Monteiro
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Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez e Eduardo Monteiro

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Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez no 2º Seminário de Direito Administrativo Disciplinar, iniciativa da corregedoria geral da Polícia Civil

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Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez no 2º Seminário de Direito Administrativo Disciplinar, iniciativa da corregedoria geral da Polícia Civil

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Afastamento de Rosemeire

  • Ao pedir para ser afastada, a delegada de classe especial Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez alegou desgaste.
  • A investigação sobre o seu sobrinho, Eduardo Monteiro, está atrelada ao caso do delator do PCC Vinícius Gritzbach, morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 8 de novembro do ano passado, oito dias após prestar depoimento à Corregedoria da Polícia Civil.
  • Segundo o depoimento de Gritzbach, Monteiro e outros policiais da 3ª Divisão de Homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) teriam cobrado propina para livrá-lo da investigação sobre a morte do líder do PCC Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta.
  • Eduardo Monteiro e o delegado Fabio Baena teriam recebido R$ 5 milhões, cada, para tirar o nome de dois suspeitos do alvo do inquérito. Eles tentaram fazer o mesmo com Gritzbach, para o qual cobraram R$ 40 milhões, que não foram pagos.
  • Na representação em que pediu a prisão dos policiais investigados, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmaram que Monteiro não temia “qualquer investigação” por parte da Corregedoria da Polícia Civil, “uma vez que sua tia seria corregedora, dando a entender que ele teriam plenas condições de influenciar eventuais investigações de infrações funcionais”.
  • As ações criminosas de Eduardo Monteiro, investigadas pelo Gaeco, ocorreram no período em que ele coordenava investigações do DHPP.

Antes de ser nomeado corregedor, João Batista Palma Beolchi foi coordenador da Controladoria Geral do Estado. De acordo com o Portal da Transparência do Estado de São Paulo, até dezembro do ano passado, o seu salário mensal era de R$ 45.548,19.

Segundo a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), o atual corregedor é especialista em Tutela Penal e Cível da Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Gestão de Segurança Coorporativa pela Universidade Anhembi Morumbi e em Polícia Judiciária e Sistema de Justiça Criminal pela Academia de Polícia “Dr. Coriolano Nogueira Cobra” (Acadepol).

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