EUA deixam Conselho de Direitos Humanos da ONU após decisão de Trump

Em uma decisão significativa nesta terça-feira (4/2), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para suspender a participação dos EUA no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Essa medida ocorreu em meio a tensões já existentes sobre a atuação da agência da ONU dedicada à assistência aos palestinos, a UNRWA. A decisão foi anunciada durante um evento no Salão Oval, coincidindo com a visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington.

Netanyahu, durante anos, criticou duramente a UNRWA, acusando a agência de abrigar uma postura anti-Israel e alegando envolvimento de funcionários em atividades terroristas contra o Estado judeu. Este decreto de Trump marca uma sequência de ações semelhantes tomadas durante seu primeiro mandato, incluindo o corte do financiamento à UNRWA e a retirada do Conselho de Direitos Humanos, que tem 47 membros.

Como a decisão de Trump foi motivada?

EUA deixam Conselho de Direitos Humanos da ONU após decisão de Trump
Trump – Créditos: depositphotos.com / gints.ivuskans

A saída dos EUA do Conselho de Direitos Humanos foi justificada por Trump com base no que ele chamou de “preconceito crônico contra Israel” presente no órgão da ONU e a falta de reformas internas para abordar essa questão. Após deixar o Conselho na metade de um mandato de três anos, os EUA permaneceram fora do órgão durante a administração Trump. Esse afastamento, no entanto, foi revertido sob Joe Biden, com os EUA reassumindo uma posição entre 2022 e 2024.

Durante seus mandatados, Donald Trump adotou uma série de medidas internacionais controversas, incluindo a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo Climático de Paris. Essas decisões passaram a refletir uma política contínua de afastamento de organismos internacionais que, segundo Trump, não atendiam adequadamente aos interesses americanos.

Qual o impacto da suspensão do financiamento à UNRWA?

A suspensão do financiamento à UNRWA, uma agência crucial para assistência aos palestinos, tem implicações complexas. A UNRWA enfrenta acusações de envolvimento com atividades terroristas, agravadas por alegações de que alguns de seus funcionários estavam ligados ao grupo terrorista Hamas. Em resposta a essas alegações, a ONU demitiu nove funcionários da UNRWA, comprometendo-se a investigar as acusações.

A proibição israelense, que impede a operação da UNRWA em seu território e a comunicação com autoridades israelenses, adiciona outra camada de complicação. A medida afeta diretamente as operações da agência em áreas como Gaza e Cisjordânia, onde a UNRWA fornece serviços essenciais a milhões de palestinos.

Qual o papel dos EUA nas instituições internacionais?

O papel dos Estados Unidos nas instituições internacionais tem sido um tópico de intenso debate desde a administração Trump.

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou a demissão de nove funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) devido a suspeitas de envolvimento no ataque de 7 de outubro de 2023. Além disso, um comandante do Hamas no Líbano, que foi morto por Israel em setembro, também havia trabalhado para a UNRWA. A ONU garantiu que investigará todas as acusações apresentadas e solicitou repetidamente a Israel a apresentação de provas, alegando, no entanto, que essas evidências não foram fornecidas.

Desde 30 de janeiro, uma restrição imposta por Israel impede a UNRWA de atuar em seu território ou manter contato com autoridades israelenses. Segundo a agência, essa medida também terá impacto em suas operações na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

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