Sete small caps com baixo endividamento para observar em 2025


O desempenho negativo do Índice Small Caps em 2024, que registrou uma queda de 25%, não significa que esse segmento do mercado de ações deva ser descartado pelos investidores. O cenário econômico instável levou muitos a buscarem ativos mais seguros, impactando tanto as small caps quanto o próprio Ibovespa. No entanto, especialistas apontam que algumas companhias de menor porte, mas com baixo endividamento e fundamentos sólidos, podem oferecer boas oportunidades em 2025.

Segundo Ângelo Belitardo, diretor de gestão da Hike Capital, as melhores perspectivas estão nas chamadas small caps desalavancadas – empresas que não dependem fortemente de endividamento para financiar suas operações e crescimento. Ele destaca que essas companhias geralmente apresentam maior resiliência financeira, crescimento sustentável e potencial de valorização no longo prazo.

Empresas em Destaque para 2025

Belitardo aponta sete small caps de diferentes setores que podem ter um desempenho favorável em 2025. São elas:

  • Setor Farmacêutico: Profarma (PFRM3), Pague Menos (PGMN3) e D1000 Farma (DMVF3).
  • Agroindústria: 3Tentos (TTEN3).
  • Setor Financeiro: Banco Pine (PINE4) e CSU Digital (CSUD3).
  • Transporte e Logística: Santos Brasil (STBP3).

Essas empresas se destacam por apresentar crescimento de receita e lucratividade sem a necessidade de recorrer significativamente a dívidas. Esse perfil reduz a exposição à volatilidade dos juros, um fator relevante no atual cenário econômico.

Desempenho financeiro e perspectivas para small caps

Entre os destaques, a Profarma registrou crescimento expressivo, com sua receita líquida passando de R$ 4,8 bilhões em 2019 para R$ 9,3 bilhões em 2024, um aumento de 93%. A Pague Menos também apresentou evolução consistente, atingindo R$ 3,3 bilhões em receita líquida no terceiro trimestre de 2024, um avanço de 13,6% em relação ao ano anterior. A D1000 Farma, por sua vez, aumentou sua receita de R$ 1,13 bilhão em 2019 para uma projeção de R$ 2 bilhões em 2024.

No setor agroindustrial, a 3Tentos tem um valor de mercado estimado em R$ 7 bilhões e se beneficia da demanda global por alimentos e insumos agrícolas, fatores que impulsionam seu crescimento.

No setor financeiro, o Banco Pine se destaca pela qualidade da carteira de crédito, baixa taxa de inadimplência, ROE de 22% no terceiro trimestre de 2024 e projeção de dividend yield de 15% em 2025. Já a CSU Digital tem demonstrado crescimento contínuo, com um ROIC acima de 24% no 3T24, impulsionado pela adoção de inteligência artificial e um modelo de negócios escalável e pouco dependente de endividamento.

No segmento de transporte e logística, a Santos Brasil registrou um aumento significativo no lucro líquido, de R$ 15,3 milhões para R$ 760 milhões em 2024, elevando sua margem líquida de 1,5% para 27%.

Critérios para seleção de small caps

De acordo com Belitardo, as empresas que apresentam um modelo de negócios sustentável, margens operacionais robustas, conversão eficiente de EBITDA em caixa e um Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) superior ao CDI e ao custo médio de capital tendem a ter um desempenho mais estável ao longo do tempo.

Outro ponto importante é a avaliação do preço de mercado das ações. “O ideal é que o preço da ação esteja abaixo do seu valor intrínseco, permitindo um rendimento atrativo com proventos, muitas vezes próximo ou superior ao CDI atual”, destaca o gestor.

Além disso, empresas com vantagens competitivas consolidadas tendem a se manter resilientes, mesmo diante de oscilações nos juros, câmbio e inflação. No cenário de taxa Selic em 12,25% no início de 2025 e com tendência de alta, Belitardo recomenda priorizar companhias com nível de endividamento abaixo de 2,0 vezes o EBITDA, excluindo arrendamentos. Essa estratégia reduz a pressão dos juros sobre a geração de caixa, um fator essencial para a valorização das ações no longo prazo.

Conclusão

Apesar do desempenho negativo das small caps em 2024, empresas com fundamentos sólidos e baixo endividamento podem oferecer boas oportunidades para investidores em 2025. Companhias com crescimento sustentável, boa conversão de lucro em caixa e baixa exposição a endividamento tendem a se destacar no cenário de juros elevados, tornando-se alternativas viáveis para quem busca diversificação e valorização no mercado de ações.

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