O que juíza alegou ao autorizar espólio de dono de Porsche em indenização

A juíza da 19ª Vara Cível de Brasília que determinou o pagamento de indenização de R$ 1,2 milhão ao policial penal atropelado por uma Porsche em 2022, considerou “irreversíveis” os impactos do acidente na vida da vítima. Na decisão em que fixa a reparação, a magistrada Ana Beatriz Brusco frisou que o policial Gueltz Costa Pinto e a família “experimentaram intenso sofrimento físico e psicológico em decorrência do gravíssimo acidente”.

O caso ocorreu em 26 de junho de 2022. O empresário Rafael Esmaniotto dirigia a Porsche a cerca de 180 km/h, e a então namorada, Gabriella Moreira Andrade Faria, estava no carona. Depois de perder o controle da direção, o carro de Rafael atingiu um poste, capotou, atingiu Gueltz e só parou após ficar preso em uma cerca. O veículo ficou totalmente destruído e perdeu as quatro rodas.

O policial ficou gravemente ferido, sofreu politraumatismo e perdeu uma perna após o acidente. Rafael e Gabriella faleceram.

“Em razão do acidente, [Gueltz] teve sua vida transformada de maneira irreversível, sofrendo a amputação de um membro inferior, enfrentando inúmeras cirurgias e sessões de fisioterapia, além de conviver com limitações físicas severas que impactam diretamente sua qualidade de vida, inclusive no convívio familia”, considerou a juíza.

“A amputação de uma perna, aliada às cicatrizes, dores persistentes e limitações funcionais decorrentes, configura um impacto estético significativo e permanente. Trata-se de alteração irreversível na conformação física do autor, que interfere diretamente em sua percepção corporal e em como é visto pelos outros, o que caracteriza o dano estético”, completou.


Indenização

A família de Rafael Esmaniotto deverá utilizar parte do patrimônio de R$ 15 milhões deixado por ele para indenizar o policial.

  • O espólio corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações deixados pelo falecido.
  • A magistrada fixou em R$ 500 mil a indenização por danos morais;
  • R$ 150 mil por danos estéticos;
  • R$ 118, 1 mil por danos materiais;
  • R$ 436 mil correspondentes às próteses que Gueltz passou a usar.

Ainda cabe recurso da decisão.

Relembre o acidente

O Porsche era conduzido pelo empresário Rafael Esmaniotto, que dirigia a 180 km/h em uma via de 60 km/h, sob efeito de álcool e outras substâncias químicas. Gabriella estava no banco do carona.

Depois de perder o controle da direção, o carro de Rafael atingiu um poste, capotou, atingiu Gueltz e só parou após ficar preso em uma cerca. O veículo ficou totalmente destruído e perdeu as quatro rodas.

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PCDF conclui que antes de capotar Porsche estava a 180 km/h

Vítima do capotamento do Porsche, policial penal perde uma das pernas
Passageira morre após capotamento de Porsche no DF
Porsche capota na pista de acesso ao Palácio do Jaburu
Gabriella teve traumatismo craniano e Rafael morreu no local
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TJDFT determina indenização milionária para policial atropelado por Porsche

Material cedido ao Metrópoles

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PCDF conclui que antes de capotar Porsche estava a 180 km/h

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Vítima do capotamento do Porsche, policial penal perde uma das pernas

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Passageira morre após capotamento de Porsche no DF

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Porsche capota na pista de acesso ao Palácio do Jaburu

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Gabriella teve traumatismo craniano e Rafael morreu no local

Arquivo pessoal

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Rafael conduzia o veículo, e Gabriella estava no banco de passageiro

Arquivo pessoal

Com múltiplas fraturas, o empresário morreu no local. Gabriella foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) e levada para o Hospital de Base (HBDF) mas não resistiu aos ferimentos.

Também transportado à unidade de saúde pelo CBMDF, Gueltz chegou ao HBDF com esmagamento no fêmur direito e sinais de fratura na bacia. Extremamente ferido, o atleta ficou dois meses e cinco dias internado no Hospital DF Star da Asa Sul.

O servidor público ainda ficou na unidade de terapia intensiva (UTI) e passou por cirurgias, inclusive para enxerto de pele na perna amputada e reconstrução do tendão do pulso.

 

 

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