“Estamos em patamar mais adequado do câmbio”, diz presidente do Itaú

O presidente do Itaú, Milton Maluhy, afirmou nesta quinta-feira (6/2) que o câmbio no Brasil começou a voltar para uma “certa normalidade”, depois de bater R$ 6,20 no fim do ano passado.

Na sessão dessa quarta-feira (5/2), o dólar terminou a sessão cotado a R$ 5,794, uma alta de 0,4% – voltando a subir depois de uma sequência de 12 baixas consecutivas.

Com o resultado, a moeda norte-americana acumula perdas de 0,74% em fevereiro e de 6,24% em 2025.

Segundo o presidente do Itaú, não houve um ataque especulativo contra o real, mas um mau humor generalizado dos investidores, o que acabou levando o Banco Central (BC) a atuar para garantir maior liquidez ao mercado.

“Estamos em um patamar mais adequado do câmbio, que começa a convergir para certa normalidade. O câmbio recuou e tem efeito positivo na inflação, o que pode levar a uma taxa de juros mais baixa que os 15,75% [patamar projetado pelo Itaú]”, afirmou Maluhy.

As declarações do presidente do Itaú foram dadas durante a apresentação dos resultados do banco.

A estimativa do Itaú é a de que o dólar fique em R$ 5,90 no fim deste ano.

Pauta econômica

Maluhy disse ainda que o mercado segue atento à agenda econômica, com preocupação sobre o quadro fiscal do país.

“Precisamos melhorar a qualidade do gasto. Há uma mudança importante no Congresso e o presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta, falou muito sobre isso no seu discurso de posse”, observou.

“É importante continuar perseguindo a agenda fiscal para que se tenha um endividamento sustentável do país e o investimento de longo prazo aconteça. Nesse nível de juro, fica mais difícil o investimento de longo prazo”, concluiu.

Projeções do Itaú

Para 2025, o Itaú projeta uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%, uma forte desaceleração em relação aos dois anos anteriores.

O banco estima que a inflação fique em 5,8% (acima do teto da meta) e que o desemprego atinja 6,8% em 2025.

Lucro

O Itaú Unibanco registrou um lucro gerencial de R$ 10,8 bilhões no quarto trimestre, o que representa uma alta de 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado veio em linha com as projeções do mercado.

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