Tensão no Aurá: criminoso faz criança refém durante cerco policial em Ananindeua

Uma noite de extrema tensão marcou a quarta-feira (5) no residencial Portal do Aurá, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. Gabriel de Souza e Silva, de 23 anos, conhecido como “Mano Rex”, um criminoso com extensa ficha policial, incluindo acusações de homicídios de policiais, fez um menino de 10 anos refém durante mais de três horas, em uma tentativa desesperada de fugir do cerco policial. O caso, que mobilizou equipes da ROTAM, BOPE e do 30º Batalhão da Polícia Militar, terminou com a rendição do suspeito por volta das 23h30, após intensa negociação.

Gabriel, que já era procurado pela Justiça, vinha se escondendo na região. Durante o dia, ele se abrigava em uma área de mata próxima ao residencial e, à noite, refugiava-se em um apartamento no local.

A polícia foi acionada após receber uma denúncia sobre seu paradeiro. Ao chegar ao local para averiguar, os agentes se depararam com uma situação crítica: o suspeito, armado com uma pistola calibre .40, fez o menino refém e resistiu à prisão.

Durante as três horas de negociação, Gabriel fez várias exigências para se render, incluindo a presença de familiares, advogados e até da imprensa. Entre os pedidos, estava a presença de seu filho, um bebê de apenas 10 meses, e de sua namorada, que acompanhou parte do cerco. A mulher, que confirmou o histórico criminal de Gabriel por tráfico de drogas, negou seu envolvimento em homicídios de policiais. Ela afirmou que foi ao local após ouvir rumores de que ele teria sido morto e se surpreendeu ao encontrá-lo no apartamento com a criança refém.

A operação contou com a atuação de equipes especializadas em gerenciamento de crise, que alternaram negociadores durante o processo. Por volta das 23h30, após garantir que suas exigências fossem atendidas, Gabriel libertou o menino e se entregou à polícia. Um segundo homem, que estava no apartamento, rendeu-se imediatamente e foi preso.

Ainda não há informações sobre a relação da criança com o suspeito ou sobre quem seria o proprietário ou locatário do imóvel onde ele se escondia.

Gabriel é acusado de envolvimento em diversos crimes, incluindo um assalto seguido de incêndio em um supermercado no bairro de Águas Lindas, ocorrido no último dia 31 de janeiro. A pistola apreendida com ele será periciada para verificar sua origem. O coronel Mariúba, da Polícia Militar, destacou a complexidade da operação. “Foi uma negociação difícil, na qual alternamos os negociadores. Conseguimos apreender um armamento e, principalmente, prender um elemento perigoso. Aparentemente, é uma pistola calibre .40, mas ainda vamos verificar sua origem”, afirmou.

O caso agora será investigado pela Polícia Civil, que buscará esclarecer os detalhes do envolvimento de Gabriel em outros crimes e sua conexão com o apartamento onde se escondia. A operação, que terminou sem feridos, reforça os desafios enfrentados pelas forças de segurança no combate à criminalidade na região metropolitana de Belém.

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