Economista critica governo e vê risco de crise fiscal no Brasil

O economista VanDyck Silveira fez duras críticas à política econômica do governo Lula durante sua participação no programa BM&C News. Segundo ele, a estratégia do presidente de reunir-se com empresários para discutir inflação não trará resultados concretos e reflete uma visão ultrapassada sobre os desafios econômicos do país.

O mundo evoluiu, os problemas são resolvidos com políticas bem estruturadas, não com conversas informais. Qual será o efeito real de um encontro do presidente com empresários do agronegócio? O que vai mudar? Ele vai pedir para cortarem suas margens de lucro?”, questionou Silveira.

Gastos excessivos e impacto na inflação

O economista também destacou que o excesso de transferências de renda sem critérios mais rigorosos contribui para o descontrole inflacionário. Em sua visão, o programa Bolsa Família, embora necessário, tornou-se desajustado ao não considerar diferenças regionais no custo de vida.

Silveira argumenta que o governo deveria repassar os recursos para os estados, pois são eles que conhecem melhor as necessidades locais da população. Para ele, os benefícios sociais, se mal administrados, acabam gerando distorções.

O maior índice de apostas em ‘bets’ no Brasil vem do Nordeste, exatamente onde há a maior concentração de beneficiários do Bolsa Família. Isso significa que há um excesso de dinheiro sendo distribuído sem um planejamento adequado”, afirmou.

Além disso, ele alerta que a ampliação do consumo impulsionada pelo governo, sem investimentos correspondentes no aumento da produção, pressiona ainda mais os preços, aumentando o risco inflacionário.

Perigo de dominância fiscal e crise de pagamentos no governo Lula

O economista ressaltou que o crescimento dos gastos públicos sem contrapartida fiscal eficiente pode levar o país a um cenário preocupante de dominância fiscal. Ele explicou que, enquanto o Banco Central tenta conter a inflação com a política monetária, o governo segue na direção oposta, ampliando despesas e aumentando a dívida pública.

A política monetária está remando contra a corrente sozinha. Quanto mais o governo gasta, mais a taxa de juros sobe, e entramos em uma relação nefasta onde o aumento da Selic já não tem o mesmo efeito sobre o controle da inflação”, afirmou.

Para Silveira, se o governo não reduzir gastos, a inflação pode sair de controle, superando 10% e abrindo caminho para uma crise fiscal ainda maior. Ele alerta que a dívida pública está majoritariamente atrelada ao IPCA e à Selic, e o custo de carregamento da dívida pode tornar-se insustentável.

A maior parte da dívida do governo está atrelada à Selic e ao IPCA. Se a taxa básica de juros atingir 15,5%, como já está precificado no mercado, o impacto será brutal na capacidade do governo de pagar seus compromissos. Isso pode levar a um cenário de crise de pagamentos ou até mesmo a um momento de iliquidez governamental”, explicou.

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