Netanyahu e Milei se juntam a Trump contra órgãos multilaterais

Como já havia sinalizado antes de assumir a Casa Branca, Donald Trump iniciou seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos travando uma guerra contra órgãos e acordos multilaterais reconhecidos, e apoiados, por grande parte da comunidade internacional. Em sua cruzada, o líder norte-americano encontrou nas figuras de Benjamin Netanyahu e Javier Milei dois importantes porta-vozes de sua agenda política.


Decisões de Trump

  • Como prometido, Trump iniciou uma espécie de batalha contra órgãos multilaterais ao assumir a presidência dos EUA.
  • Foram alvos do novo presidente dos EUA instituições que, segundo Trump, não vão de encontro com sua agenda política e os interesses norte-americanos.
  • Desde então, o líder norte-americano anunciou a saída dos EUA de órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDHNU).

O episódio mais recente de cumplicidade dos líderes de Israel e Argentina aconteceu na quarta-feira (5/2), quando Netanyahu e Milei seguiram os passos de Trump e anunciaram a saída de duas importantes instituições internacionais.

Depois do presidente norte-americano receber o premiê de Israel na Casa Branca, o governo israelense anunciou a saída do país do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A mesma decisão já havia sido tomada por Trump dois dias antes.

Assim como para Trump, o governo israelense usou a retórica de que órgão tem praticado “antissemitismo”, e acusou o CDHNU de atacar a “única democracia” do Oriente Médio. Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o conselho da ONU tem denunciado violações cometidas por Israel no enclave palestino, onde quase 62 mil pessoas morreram segundo dados de instituições de saúde locais.

Enquanto isso na América do Sul, a administração de Javier Milei também seguiu o roteiro de Donald Trump ao deixar a Organização Mundial de Saúde (OMS).  Em um comunicado, o governo da Argentina criticou a forma como o órgão conduziu a pandemia de Covid-19, e disse que as quarentenas que salvaram milhares de vidas provocaram uma das “maiores catástrofes econômicas” da história mundial recente.

Tanto Milei quanto Trump também acusaram a agência internacional de saúde, comandada atualmente por Tredos Adhanom, de não atuar com base na ciência, mas sim por influência política. Os dois presidentes, contudo, não apresentaram provas que sustentassem a acusação.

Com a decisão dos dois líderes, a OMS perde um financiamento milionário de Washington e Buenos Aires. Segundo os últimos dados divulgados pelo órgão, os EUA continuam sendo o maior financiador da agência, tendo doado US$ 1,28 bilhões entre 2022 e 2023. No mesmo período, a Argentina alocou cerca de US$ 9 milhões em fundos.

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Trump voltou à Casa Branca após 4 anos

Israel adota lei que proíbe atividades da agência da ONU para refugiados palestinos no país
Javier Milei
Javier Milei é o presidente sul-americano mais próximo de Donald Trump
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O presidente dos EUA, Donald Trump

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Trump voltou à Casa Branca após 4 anos

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Israel adota lei que proíbe atividades da agência da ONU para refugiados palestinos no país

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Javier Milei é o presidente sul-americano mais próximo de Donald Trump

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Acordo de Paris pode ser o próximo alvo de Milei

A saída dos EUA do acordo de Paris foi um dos primeiros atos assinados por Trump ao assumir a presidência do país, em 20 de janeiro deste ano. Na prática, o pacto firmado em 2015 visa combater alterações climáticas e o aquecimento global em um mundo que tem registrado recordes de temperatura e poluição.

Sendo o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, os EUA já tinham se retirado do tratado durante a primeiro gestão de Donald Trump, em linha com as políticas anticlimáticas do presidente republicano.

Em uma publicação no X, o presidente ultraliberal da Argentina revelou que está considerado tomar a mesma decisão de Trump, por acreditar que a agenda ambiental é uma “verdadeira fraude”.

“Sim, estou considerando isso”, escreveu Milei sobre a possível saída do pacto. “Não subscrevo a agenda ambiental, que me parece uma verdadeira fraude. A forma como se fala hoje sobre as alterações climáticas está completamente errada”.

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