Payroll abaixo do esperado e China impulsionam semana; juros nos EUA seguem incertos

Payroll dos EUA supera expectativas e reforça cenário de emprego aquecido

A semana nos mercados globais foi marcada por uma mudança de foco. O tema das tarifas comerciais dos Estados Unidos saiu do centro das atenções, dando espaço para a análise do mercado de trabalho norte-americano. O destaque foi o Payroll, divulgado nesta sexta-feira (9), que veio abaixo das projeções, mas sem dar sinais claros que justifiquem um corte de juros mais agressivo pelo Federal Reserve.

Segundo Marco Prado, apresentador do BM&C Pre-Market, o relatório de empregos dos EUA (Payroll) foi influenciado por fatores sazonais, como as queimadas na Califórnia e as nevascas em outras regiões do país. “Se não fossem esses eventos climáticos, poderíamos ter visto até 70 mil empregos a mais no dado final”, explica. O número abaixo das estimativas trouxe alívio para os mercados, mas ainda não deu segurança para antecipar mudanças na política monetária dos EUA.

China retorna de feriado impulsionando commodities

Outro ponto de destaque da semana foi a volta da China após um feriado prolongado. O retorno do mercado chinês veio acompanhado de uma precificação positiva para commodities, beneficiando o minério de ferro, o petróleo e outros setores. As bolsas asiáticas operaram em tendência de alta, refletindo um maior otimismo com o crescimento econômico do país.

Já na Europa, o tom foi de equilíbrio, com os investidores atentos às decisões do Banco Central da Inglaterra e do Banco Central Europeu. Ambos sinalizaram cortes de juros, mas reforçaram que, por enquanto, manterão a cautela para os próximos passos.

Tarifas dos EUA e impacto na inflação global

Enquanto os mercados focavam no Payroll, as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA seguem no radar dos investidores. De acordo com estimativas de analistas, se as novas tarifas forem implementadas no formato que Joe Biden tem conduzido, a inflação norte-americana poderá ser pressionada em 0,5% a 0,8% nos próximos meses.

“A imposição dessas tarifas pode gerar um efeito reverso para os EUA, já que os preços subirão e o Federal Reserve pode precisar manter os juros elevados por mais tempo”, alerta Marco Prado. Com isso, a perspectiva de cortes na taxa de juros ainda segue indefinida, deixando o mercado em compasso de espera.

Perspectivas para os próximos dias

O cenário segue dividido entre a expectativa de cortes nos juros americanos e a preocupação com a inflação. Com os dados de emprego mais fracos, mas sem uma queda drástica na economia, os investidores ainda aguardam mais sinais concretos para prever os próximos movimentos do Fed.

A próxima semana promete trazer novos desdobramentos sobre as tarifas dos EUA, além da continuidade dos impactos da China no mercado de commodities. Enquanto isso, os investidores seguem ajustando suas estratégias diante de um cenário econômico global ainda incerto.

Câmbio

O mercado brasileiro respondeu positivamente à fuga de dólares para países emergentes, impulsionando uma forte queda da moeda americana para mínimas dos últimos dias. Esse movimento aconteceu mesmo sem uma precificação significativa de corte na curva de juros, refletindo um fluxo intenso de entrada de capital estrangeiro. “Caso essa tendência persista, o câmbio pode até romper o patamar de R$ 5,70, embora esse nível seja considerado um exagero diante do cenário fiscal do Brasil” destacou Marco Prado. Enquanto isso, a Bolsa se estabilizou na faixa dos 126 mil pontos, aguardando novidades corporativas que possam impulsioná-la para os 130 mil pontos — um desempenho que contraria as expectativas iniciais do ano.

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