MPSP denuncia investigador preso por suspeita de extorquir Gritzbach

São Paulo — Investigador classe especial da Polícia Civil de São Paulo, Marcelo Marques de Souza (foto em destaque, à esquerda), o Bombom, detido após inquérito da Polícia Federal (PF) ligá-lo ao crime organizado, foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público (MPSP), nesta segunda-feira (10/2), por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O acusado está preso desde dezembro de 2024, suspeito de extorquir Vinícius Gritzbach (imagem em destaque, à direita), que delatou policiais civis e membros da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O empresário foi assassinado com 10 tiros de fuzil em 8 de novembro, no Aeroporto de Guarulhos.

A denúncia contra Marcelo Marques é a primeira no âmbito da Operação Tacitus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Federal em 17 de dezembro de 2024.

“A partir da análise do material apreendido em endereços ligados aos oito presos na ocasião e outras diligências, restou comprovado que um investigador em posição de comando na 5ª Seccional, na zona leste de São Paulo, exigiu e recebeu, diversas vezes, vantagem indevida para deixar de praticar ou retardar atos de ofício”, destacou o MPSP, em comunicado.

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Fachada do Deic, na zona norte paulistana

Fachada do DHPP, no centro da capital paulista
Marcelo Marques de Souza, o Bombom, investigador classe especial da Polícia Civil
Dinheiro apreendido na casa do policial preso
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Bombom comprou apartamento em prédio de alto padrão

Google Maps/Reprodução

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Fachada do Deic, na zona norte paulistana

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Fachada do DHPP, no centro da capital paulista

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Marcelo Marques de Souza, o Bombom, investigador classe especial da Polícia Civil

Polícia Federal/Reprodução

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Dinheiro apreendido na casa do policial preso

Polícia Federal/Reprodução


Operação

  • De acordo com o MPSP, Marcelo Marques tem um apartamento incompatível com a renda de policial. No local, deixou evidências concretas dos crimes.
  • No dia da operação, que teve apoio da Corregedoria da Polícia Civil, os agentes apreenderam na residência do acusado uma planilha impressa, de várias páginas. Na lista, havia nomes, apelidos, endereços e valores relativos ao recebimento de propinas por meio de estabelecimentos comerciais e empresários.
  • Os endereços que aparecem no documento correspondem a locais nos quais se explora jogos de azar, prostituição e desmanche, além de postos de gasolina.
  • Na casa de Bombom, também foi apreendido dinheiro em espécie, em real, dólar e euro, equivalente a R$ 724.874,68.

Denúncia do MPSP contra o investigador

Na ação, o Gaeco solicitou ao juiz da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital a determinação de pena de privação de liberdade contra Marcelo Marques, o Bombom. O MPSP pede ainda que o policial e investigador perca o cargo público e pague multa de R$ 724.874,68 como forma de reparação de dano moral coletivo.

“Os promotores pretendem também que o juiz autorize o compartilhamento de provas com a Promotoria do Patrimônio Público, que pode tomar providências no âmbito civil, Polícia Federal e Corregedoria da Polícia Civil”, detalhou a instituição.

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