Entrevista | Seguro de carro: por que dois planos nunca são iguais?


A corretora de seguros Eneliza Piva (Iza), com mais de três décadas de atuação no setor, esclarece os principais pontos que envolvem a contratação de seguros de automóveis. Com ampla experiência no mercado, Isa destaca as principais dúvidas e equívocos que os clientes costumam ter ao contratar uma apólice.


Seguro personalizado: cada cliente tem o seu

De acordo com Isa Piva, o seguro de automóvel é sempre personalizado e varia conforme as coberturas escolhidas pelo cliente. É comum pessoas compararem o valor do próprio seguro com o de amigos e se surpreenderem com as diferenças. No entanto, ela explica que isso acontece devido à personalização do plano.

“O seguro é feito sob medida. Se uma pessoa escolhe cobertura de R$ 100 mil para danos a terceiros e outra opta por R$ 500 mil, é natural que a segunda pague mais. Ela está contratando uma proteção maior”, afirma Isa.

Além das coberturas principais, como roubo, furto ou perda total, é possível adicionar serviços como plano de assistência 24 horas e carro reserva. Tudo isso impacta o custo final da apólice.


Seguro total não existe: mito do mercado

Isa desmente um dos maiores mitos do mercado: o seguro total. Muitas pessoas acreditam que há uma apólice que cobre qualquer situação, mas essa ideia é equivocada.

“Seguro total não existe. Não há um seguro que cubra toda e qualquer situação. Sempre há riscos excluídos, que constam nas condições gerais do contrato,” explica a corretora.

Segundo ela, profissionais habilitados no setor não utilizam esse termo, justamente porque ele gera falsas expectativas.


Perfil do condutor e veículo: principais fatores que determinam o preço

Um dos aspectos mais relevantes na definição do preço do seguro é o perfil do condutor, que inclui idade, tempo de habilitação e histórico de direção.

Outro fator importante é o modelo do veículo. Carros com tecnologia avançada, como sensores e airbags, podem ter perda total até em pequenos acidentes, devido ao alto custo de reparos. Além disso, veículos importados costumam gerar apólices mais caras devido à dificuldade de reposição de peças.

“Hoje, o maior problema, mesmo com veículos nacionais, é conseguir peças rapidamente. Concessionárias não mantêm mais grandes estoques, e muitas peças precisam ser encomendadas, o que pode levar meses para chegar,” ressalta Isa.


Região de circulação e mudança de endereço impactam o preço

Outro fator que impacta diretamente o valor do seguro é a região onde o veículo circula. Cidades com altos índices de roubos e acidentes tendem a ter taxas mais elevadas.

Isa cita como exemplo a diferença entre Chapecó (SC) e Porto Alegre (RS):

“Chapecó tem um seguro mais barato do que Porto Alegre, porque tem menos tráfego e criminalidade. Em algumas cidades, até o bairro e o CEP influenciam no preço devido às estatísticas de sinistralidade.”

Ela também alerta que qualquer alteração, como uma mudança de endereço, precisa ser informada ao corretor. Caso contrário, em caso de sinistro, a seguradora pode se recusar a pagar a indenização.


Fraude no perfil: economia que vira prejuízo

Uma prática comum, mas arriscada, é informar um condutor diferente do verdadeiro para tentar pagar menos. Isa explica que isso é considerado fraude e pode resultar na negativa da indenização:

“Tem gente que coloca o pai de 60 anos como principal condutor, quando quem dirige é o filho de 18 anos. Isso é fraude. Se acontecer um acidente, a seguradora não paga,” alerta.

Ela ressalta que os preços são diferentes porque motoristas jovens, estatisticamente, se envolvem em mais acidentes do que motoristas mais experientes.


Seguro contra terceiros: barato e essencial

Isa também destaca a importância do seguro contra terceiros, que costuma ser acessível e protege contra prejuízos muitas vezes altíssimos.

“Com cem reais por mês, você pode ter uma cobertura de R$ 100 mil para terceiros. É um valor baixo para um risco grande. Uma batida simples em uma caminhonete importada pode gerar um prejuízo enorme,” explica.


Alper Corretora: mais proteção após fusão

Com mais de 31 anos de atuação no setor, Isa Piva recentemente acompanhou a fusão da Fracel Corretora de Seguros, onde atuava, com a Alper Corretora de Seguros, a maior corretora do Brasil.

“Estamos muito felizes com essa fusão. Ampliamos as opções de seguros para nossos clientes e seguimos com o mesmo atendimento de qualidade que sempre oferecemos,” afirma Isa.

A corretora reforça que, com a fusão, os clientes terão mais opções de proteção, mantendo a mesma equipe em Chapecó e nas filiais da região Sul.


Mais que preço, seguro é proteção

Isa finaliza destacando que, ao contratar um seguro, o mais importante é a proteção e não apenas o preço.

“Seguro bom é aquele que resolve o problema quando você mais precisa. Não adianta pagar barato e ficar descoberto na hora do sinistro. O seguro certo protege você, sua família e seu patrimônio.”

Com uma análise detalhada e personalizada, a corretora recomenda que os clientes sempre consultem um profissional habilitado para garantir que estão fazendo um seguro que realmente protege — e não apenas um papel com preço baixo.

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