Chapecó registrou 4.800 violações aos direitos humanos em 2024

Foto: Jornalista André Lazzari

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O Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, órgão do Governo Federal, aponta que no ano passado Chapecó registrou 4.808 violações aos direitos humanos, um aumento de 1.002 violações (26,3%) em comparação com 2023. Esse número se baseia nas 688 denúncias recebidas através do Disque 100 durante 2024. O mês com maior número de denúncias foi janeiro, com 79 ligações, e o mês com menos denúncias foi outubro, com apenas 34 ligações.

O grupo mais atingido por estas violações foram as crianças e adolescentes, com 330 denúncias realizadas e 2.098 violações informadas (43,6% do total). Os idosos foram citados como vítimas em 212 denúncias, totalizando 1.290 violações informadas (26,8%).  Foram registradas 523 ocorrências de violência contra a mulher, e no grupo de pessoas com deficiência, as violações aos direitos humanos chegaram a 475 no ano passado. Os demais grupos sociais somam as 422 violações restantes.

A grande maioria das violações aos direitos humanos acontece dentro de casa: 61,1% dos registros do Disque 100 no ano passado se referiam a ocorrências na residência onde moravam a vítima e o suspeito. Ainda, 20,9% das violações informadas ocorreram na casa onde apenas a vítima morava.

Quanto ao tempo de espera para a denúncia, chama a atenção que 43,6% das violações informadas começaram mais de um ano antes da data da denúncia. Nesta porcentagem, se inclui os 8,2% de violações que ocorriam há mais de 10 anos. Quase 90% das violações se referem à integridade da vítima, o que abrange agressões físicas (39%), psíquicas (36,8%), negligência (13,5%) e patrimonial (1,9%).

Os denunciantes afirmaram que 72,1% das violações informadas ocorriam diariamente. Quase 85% das pessoas que realizaram denúncias ao Disque 100 no ano passado não foram vítimas das violações, ou seja, são terceiros que informam o Governo Federal dos ocorridos, sendo que 4,7% destas violações eram com risco iminente de morte. O tridígito 100 recebeu 90,1% das denúncias, sendo o resto recebido pela internet.

Quanto ao perfil das vítimas, 60% são mulheres. Na relação entre vítima e suspeito, 25% das denúncias afirmaram que a agressora era a mãe da vítima, 22,7% afirmaram que era o filho(a), e 10,2% afirmaram que era o pai da vítima. Isso demonstra que a violência intrafamiliar corresponde a mais de 70% das denúncias, se incluirmos os demais parentescos.

Com esses dados, espero que a comunidade reflita sobre o aumento da violência dentro das nossas casas, analisando o que cada um de nós está fazendo para que nossos relacionamentos sejam saudáveis, e que tanto as autoridades locais quanto a sociedade civil intensifiquem os projetos de fortalecimento de vínculos promovidos pelas igrejas, entidades filantrópicas, organizações civis e o Sistema Único de Assistência Social.

Recadinhos

  • Em entrevista ao jornalista Léo Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que terá total autonomia dentro do partido para definir a nominata que disputará o Senado nas eleições gerais do ano que vem.
  • Para Santa Catarina, Bolsonaro citou o nome da deputada federal Caroline de Toni. Aqui, não há nenhuma novidade, visto que a parlamentar já manifestou em outras oportunidades o desejo de disputar uma vaga na Câmara Alta do Congresso.
  • A Secretaria de Comunicação da Presidência da República achou uma forma criativa de comemorar o primeiro aniversário do programa Pé-de-Meia: distribuiu pares de meias personalizadas a diversos gabinetes na Câmara dos Deputados.
  • Tanto parlamentares do governo quanto da oposição foram contemplados. Pelos meus cálculos, se todos os deputados federais receberam o presentinho, essa brincadeira não deve ter custado menos de R$ 10 mil aos cofres públicos.

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