CV distribuía cestas para “conquistar” população na região do Xingu

As polícias Civil e Militar de Mato Grosso descobriram, nessa terça-feira (25/2), um depósito clandestino de cestas básicas vinculado à facção criminosa Comando Vermelho, em São José do Xingu, cidade que fica a 950 quilômetros da capital Cuiabá e próxima ao Parque do Xingu. Os alimentos, segundo a investigação, eram distribuídos como forma de garantir o apoio da população local.

O esquema foi desmantelado após denúncias anônimas, que revelaram a prática de distribuição de cestas e outros produtos sem origem comprovada. A polícia passou a monitorar a cidade e identificou a existência de um depósito utilizado para armazenar os itens a serem doados. Nessa terça, a ação policial ocorreu após a chegada de mais um caminhão carregado de alimentos.

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Ação policial ocorreu em São José do Xingu, cidade que fica nas imediações do Parque do Xingu, em Mato Grosso

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Além de alimentos, agentes encontraram itens de higiene, eletrônicos e pequena quantidade de drogas

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Cestas básicas do Comando Vermelho apreendidas em cidade de Mato Grosso

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O assistencialismo, conforme o apurado, tem sido uma estratégia recorrente de facções criminosas na região para “conquistar” moradores em situação de vulnerabilidade e ampliar a influência sobre as respectivas comunidades. O delegado Victor Donizete, responsável pelo caso, conta que a mesma prática já foi identificada em outros locais do estado.

Apreensão no depósito do CV

No depósito clandestino, alvo da ação policial nessa terça, os agentes encontraram não só produtos alimentícios, mas também itens de higiene, eletrônicos e uma pequena quantidade de drogas. Uma jovem de 20 anos foi identificada como responsável pelo local. Ela alegou ter recebido os produtos para doação, mas não revelou a origem, tampouco o financiador.

A investigação faz parte do programa Tolerância Zero, lançado pelo governo de Mato Grosso no final do ano passado e cujo foco é combater a presença e atuação de facções criminosas no estado.

As diligências seguem agora, segundo o delegado, no sentido de descobrir a real origem das mercadorias, os financiadores e eventuais conexões. Os responsáveis poderão responder pelos crimes de organização criminosa, receptação e outros delitos.