Substância achada em frutas é a nova aposta para longevidade

Recentemente, estudos apontaramm os benefícios da urolitina-A na redução dos riscos de declínio cognitivo e Alzheimer. As vantagens de ingerir esse composto, porém, não acabam aí. Não à toa, tem chamado cada vez mais a atenção daqueles que buscam viver mais e com saúde.

De acordo com o nutricionista Clayton Camargos, nos últimos 15 anos, a substância tem sido uma das moléculas de longevidade mais pesquisadas. “A urolitina-A é um composto pós-biótico, o que significa que dependemos do nosso microbioma intestinal para criá-lo. É sintetizado a partir de polifenóis chamados elagitaninos, comumente encontrados em romãs, frutas vermelhas e algumas castanhas”, destaca.

Apesar do intestino humano ser capaz de converter elagitaninos em urolitina-A, a suplementação do composto tem ganhado popularidade porque nem todas as bactérias intestinais conseguem sintetizar os polifenóis para obter os benefícios oferecidos pelo metabólito natural.

“Infelizmente, a maioria das pessoas não tem o equilíbrio correto do ecossistema das enterobactérias para produzir a urolitina-A. Um estudo demonstrou que apenas 40% dos indivíduos conseguiam produzir quantidades detectáveis após beber suco de romã. Mesmo para aqueles indivíduos que poderiam produzir urolitina-A, não o poderiam fazer em quantidades que os estudos demonstraram serem doses eficazes”, diz Clayton Camargos.

Com o avançar da idade, as mitocôndrias se tornam disfuncionais e precisam ser substituídas para garantir o bom funcionamento do organismo. Esse processo de limpeza celular consiste na mitofagia, que evita os danos moleculares causados pela disfunção mitocondrial e pode ser impulsionado pela urolitina-A.

“A urolitina-A promove a saúde de uma forma única ao desencadear um processo essencial de reciclagem celular denominado mitofagia”, detalha o nutricionista.

Saúde muscular

O equilíbrio mitocondrial pode turbinar o desempenho e retardar o envelhecimento dos músculos esqueléticos. Com a mitofagia, as células musculares ganham uma fonte de energia confiável, o que aumenta a força.

“Como o declínio muscular, ou sarcopenia, é uma característica secundária ao envelhecimento e está intimamente ligado à função mitocondrial, a saúde muscular tem sido o principal alvo para a investigação dos benefícios da urolitina-A”, destaca Clayton Camargos.

Por conta da perda de eficiência das células musculares – que ocorre naturalmente com o tempo –, a urolitina-A desempenha um papel importante em apoiar a saúde muscular, principalmente para os idosos.

Saúde intestinal

Esta substância também é frequentemente associada ao funcionamento intestinal, mas o nutricionista discorda. “O intestino não melhora diretamente com o consumo da urolitina-A, até porque a dosagem para suplementação em humanos carece de mais estudos para estandardização de guias clínicos. O que sabemos até o momento é que a urolitina-A precisa de um trato digestório saudável para que seja potencializada”, afirma.

Apesar do composto ter se mostrado eficaz para a longevidade e recuperação muscular, são necessárias mais pesquisas para entender como a urolitina-A age no organismo humano.

“Ainda há muito a aprender sobre a urolitina-A e o seu impacto na saúde e na longevidade, sobretudo quando pensamos em anos de vida com qualidade. O que sabemos já é promissor”, comemora Clayton Camargos.

Mesmo com os benefícios, deve-se procurar um profissional antes de começar a suplementar a urolitina-A para saber se não existem contraindicações. Além disso, é importante manter um estilo de vida equilibrado para conseguir desfrutar dos resultados oferecidos pela substância.

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