Como fica a usina Angra 3 após acordo entre governo e Eletrobras?

A reação do mercado foi rápida. Logo após Eletrobras e União assinarem acordo para encerrar ação no Supremo Tribunal Federal (STF), as ações da empresa chegaram a subir mais de 5%, ainda na sexta-feira (28). A euforia chegou a ser classificada por especialistas como “Carnaval antecipado” da Eletrobras.

Na ação, o governo federal pedia mais poder de voto na companhia elétrica. Conseguiu. A empresa, que foi privatizada no governo Jair Bolsonaro (PL), sem prever a participação da União na administração, agora terá três dos dez assentos no conselho de administração e um dos cinco assentos no conselho fiscal.

Mas não foi o arranjo na cúpula da Eletrobras que animou o mercado. Até porque foi preservada a cláusula que impedia qualquer acionista de exercer votos em número superior a 10% do capital. O governo, hoje, conta com 43% das ações da companhia.

O alívio veio da desobrigação que pesava sobre a Eletrobras de aportar recursos bilionários para a construção da usina nuclear de Angra 3.

O projeto inacabado já consumiu décadas de investimento e, para sair do papel, seriam necessários, ainda, cerca de R$ 30 bilhões. Dinheiro que sairia do caixa da companhia. A Eletrobras ficou apenas com as garantias já dadas a financiamentos concedidos ao projeto nuclear: R$ 6,1 bilhões.

O futuro do empreendimento, no entanto, segue indefinido. O acordo aponta que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será acionado para estruturar “nova e ampla modelagem” para o projeto. A partir daí, a usina nuclear será tema de um novo processo de conciliação no STF, o que não tem data para ocorrer.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.