VÍDEO – Bombeiro é agredido por PMs e nocauteado em casa de shows de Belém

Um caso chocante de violência envolvendo policiais militares do Pará e um soldado do Corpo de Bombeiros Militar foi registrado na Corregedoria Geral da Polícia Militar, em Belém, no último dia 5 de março de 2025, na quarta-feira de cinzas, segundo boletim de ocorrência policial militar (BOPM) nº 066/2025, registrado na corregedoria e obtido com exclusividade pelo Ver-o-Fato. Um vídeo revela detalhes da agressão brutal que deixou o bombeiro Márcio Roberto Maia Pedreiro, de 26 anos, desacordado após um desentendimento na casa de shows Vitrine.

De acordo com o relato registrado pelo 3º sargento PM Jeiel, sob a supervisão do coronel Renato Moraes da Cunha, o incidente ocorreu às 4h da madrugada, na avenida Quintino Bocaiúva, esquina com a Rua Tiradentes, ponto conhecido da noite belenense. Márcio, que atua como bombeiro militar, informou que tudo começou dentro da Vitrine, onde houve uma confusão entre seguranças do local e os policiais militares identificados como soldados PM Luiz Henrique dos Santos de Souza, Moab da Silva Ferreira Júnior e Daniel Menezes Bessa.

Márcio narra que tentou intervir na situação para apaziguar os ânimos, conseguindo, momentaneamente, acalmar o conflito. No entanto, o que parecia resolvido transformou-se em um pesadelo ao deixar o estabelecimento. Na saída, os três policiais militares o abordaram. O que começou com empurrões rapidamente escalou para uma agressão física. Márcio identificou-se como bombeiro militar, mas isso não deteve os acusados. Diz ele que um dos policiais aplicou um golpe conhecido como “mata-leão”, imobilizando-o, enquanto os outros o agrediam.

Fuga e testemunhas

O relato descreve que Márcio perdeu os sentidos durante o ataque. Testemunhas, identificadas como Yasmin e Ysadora Gabriella, afirmaram que os agressores chegaram a sacar armas de fogo para intimidá-lo. Após perceberem que a vítima estava desacordada, os militares fugiram do local sem prestar socorro. As testemunhas destacaram que imagens do circuito de segurança do local podem comprovar a violência, reforçando a gravidade do caso.

O boletim ainda registra que Márcio, ao recobrar a consciência, buscou atendimento e deu entrada em uma requisição de perícia na Delegacia de São Brás, além de formalizar a denúncia na Corregedoria da PM. Ele se responsabilizou civil e criminalmente pelas declarações prestadas, exigindo providências. O documento, assinado pelo subcorregedor geral da PM, coronel Wagner Luiz de Aviz Carneiro, foi encaminhado para “conhecimento, controle e providências pertinentes”.

O Ver-o-Fato tenta contato com os policiais militares denunciados na corregedoria da PM para que eles apresentem suas versões dos fatos e usem do contraditório e da ampla defesa. Ainda não foi possível localizá-los. O espaço está aberto à manifestação deles.

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