Mulheres preferem tomar iniciativa nos relacionamentos, diz pesquisa

Em março, é comemorado o mês da mulher. O papel feminino na sociedade e nos relacionamentos têm mudado exponencialmente nos últimos tempos. Uma pesquisa realizada pelo aplicativo de namoro Happn destacou que as prioridades delas também passaram por mudanças: 49% priorizam o bem-estar e o desenvolvimento pessoal. O aspecto profissional aparece em segundo lugar, principalmente entre as mulheres mais jovens, de até 35 anos.

Já entre o que mais atrai as mulheres, o destaque foi para valores e posicionamentos, com 38%, seguida por intenções claras (29%) e aparência física (14%). Falando em valores, esse fator é ainda mais importante, considerando que 90% das mulheres já deixaram de falar com um crush por conta de seus ideais potencialmente machistas.

A psicóloga especialista em relacionamentos Bruna Dandara destaca que o papel das mulheres nos relacionamentos mudou significativamente com o passar das décadas, seguindo transformações sociais, culturais e econômicas.

“Com o avanço da educação, mais discussões sobre mulheres em diferentes espaços, a entrada feminina no mercado de trabalho e a luta por igualdade de direitos, as mulheres conquistaram mais autonomia e passaram a buscar relações equilibradas. Hoje, muitas não veem o relacionamento como a prioridade número um, mas sim como uma escolha, priorizando respeito, parceria e reciprocidade”, destaca.

Além disso, segundo a especialista, isso também impactou a dinâmica dos relacionamentos, exigindo maior comunicação e adaptação por parte dos casais. “As expectativas sobre casamento, maternidade e divisão de tarefas domésticas ficaram mais negociáveis, permitindo que elas tenham maior liberdade para definir seus próprios papéis”, alerta Bruna.

Mais criteriosas

Os critérios para relacionamentos também estão cada vez mais altos para o público feminino, e a pesquisa mostrou que 84% das mulheres “subiram a barra” nos últimos anos pelos seguintes motivos: aprendizados de relacionamentos passados (48%), ter mais acesso a informações sobre relacionamentos saudáveis (25%) e para ser mais independente (18%).

A pesquisa mostrou, também, que a maioria das mulheres prefere tomar a iniciativa nas relações.

Movimentos sociais como o 4B, na Coreia do Sul, e trends virais do TikTok, como “boy sober” e “women in male fields”, podem também ser um fator de influência nas dinâmicas de relacionamento, com 66% das usuárias concordando que eles impactam como as mulheres se relacionam.

“Observo que o feminismo teve um impacto profundo na maneira como as mulheres percebem e vivenciam seus relacionamentos. Um dos principais efeitos foi a conscientização sobre direitos, autonomia e padrões de relacionamento saudáveis”, acrescenta.

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O sexo é um dos pilares para uma vida saudável, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)

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A psicóloga salienta que grande parte das mulheres permanecia em relações desgastadas por dependência financeira ou por pressões sociais, o que ainda acontece — porém, felizmente, as mulheres estão no caminhando para que priorizem sua autonomia, conquistem sua independência financeira, aprendam a cultivar o amor próprio e estabeleçam limites importantes.

Mais amor romântico

Além disso, a psicóloga destaca que o feminismo ajudou a desconstruir algumas ideias sobre o amor romântico, como a ideia de que uma mulher precisa de um parceiro para se sentir completa ou que deve tolerar certas atitudes apenas para ter que estar em um relacionamento.

“Isso deu espaço para relações mais autênticas, onde as mulheres podem expressar suas necessidades sem medo de julgamentos”, comenta Bruna. “No entanto, essa mudança também trouxe certos desafios, pois alguns homens ainda estão se adaptando a essas novas dinâmicas, o que pode gerar conflitos e ajustes dentro dos relacionamentos.”

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