Ações da Casas Bahia disparam quase 30% com short squeeze e impulso do varejo

BHIA3

O mercado financeiro iniciou a semana com forte volatilidade. Enquanto o Ibovespa fechou esta segunda-feira (10) em queda de 0,41%, aos 124.519 pontos, as ações da Casas Bahia (BHIA3) dispararam 29,92%, encerrando o pregão cotadas a R$ 4,69. O movimento foi impulsionado por um fenômeno de short squeeze, em que investidores que apostavam na queda das ações foram forçados a recomprá-las para evitar perdas ainda maiores.

Além disso, a expectativa pelo balanço trimestral da empresa, que será divulgado na próxima quarta-feira (12), contribuiu para o aumento do interesse dos investidores. Outro fator relevante foi a queda dos juros futuros, que beneficiou empresas do setor de varejo.


Por que as ações da Casas Bahia subiram tanto?

O rali da Casas Bahia foi impulsionado principalmente por um short squeeze, um movimento técnico de mercado em que traders que apostam na queda das ações (vendidos) são forçados a recomprar os papéis para limitar suas perdas. Felipe Sant Anna, analista de mercado, explicou o fenômeno:

“Muitos papéis do varejo sofrem no famoso short squeeze. Quando um grande player começa a comprar um papel muito barato, ele ativa stops de vendedores, que acabam sendo obrigados a recomprar suas posições, gerando uma alta desproporcional no preço.”

Essa corrida para recomprar ações fez com que a Casas Bahia se destacasse no pregão de hoje, com um volume de negociação muito acima do habitual.

Casas Bahia em alta, mesmo com juros elevados

Além da Casas Bahia, outras varejistas tiveram desempenho positivo. O Magazine Luiza (MGLU3) subiu 4,96%, impulsionado pela unificação de suas vice-presidências de “Plataforma” e “Negócios”, visando acelerar sua transformação digital.

O varejo foi beneficiado por um alívio na curva de juros futuros, o que reduziu a percepção de risco para empresas do setor. Sant Anna destacou:

“A expectativa de que a taxa de juros não vá subir tanto quanto se pensava inicialmente já faz com que as empresas de varejo escapem bem desse cenário.”

Ibovespa fecha em queda: o que pesou no índice?

Apesar da alta do varejo, o Ibovespa não conseguiu sustentar os ganhos e encerrou em baixa de 0,41%, pressionado principalmente por empresas de commodities e tecnologia. Entre os destaques negativos:

  • Vale (VALE3): -2,00%
  • Petrobras (PETR4): -1,24%
  • Ambev (ABEV3): -0,78%

O desempenho negativo foi reflexo de novas tensões comerciais globais, que afetaram o mercado de commodities. Felipe Sant Anna comentou sobre a disputa tarifária entre grandes potências:

“Estamos vendo uma escalada na guerra comercial. A China já taxou o Canadá em até 100% para alimentos, e agora Ontário está sobretaxando em 25% a energia elétrica enviada para os Estados Unidos. Isso impacta diretamente a inflação americana.”

O cenário global pressionou ações ligadas à exportação, levando o Ibovespa a fechar no vermelho.

Dólar em alta e expectativa para a super quarta

O dólar comercial subiu 1,07%, encerrando o dia cotado a R$ 5,85. A valorização da moeda americana reflete a busca por proteção diante das incertezas globais e da expectativa pela Super Quarta da próxima semana, quando tanto o Banco Central dos EUA (Fed) quanto o Banco Central do Brasil (BCB) decidirão sobre suas taxas de juros.

A projeção do mercado é que o Fed mantenha sua taxa inalterada, enquanto o Copom pode continuar o ciclo de cortes na Selic. Sant Anna alertou sobre os impactos da tensão comercial nos Estados Unidos:

“O aumento das tarifas de energia entre Canadá e EUA pode impactar diretamente a inflação americana e refletir nos juros futuros. Isso pode levar o Fed a ser ainda mais cauteloso.”

O post Ações da Casas Bahia disparam quase 30% com short squeeze e impulso do varejo apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.