CPI abaixo do esperado: alívio para os mercados? Veja o que diz o especialista

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou em fevereiro, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) poderá iniciar um ciclo de cortes de juros ainda este ano. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,2% no mês, abaixo da previsão de 0,3%. O núcleo do CPI – que exclui os preços voláteis de alimentos e energia – também avançou 0,2%, abaixo das projeções do mercado (+0,3%).

Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o CPI geral registrou alta de 2,8%, ligeiramente abaixo da expectativa de 2,9%. O núcleo da inflação avançou 3,1%, marcando a menor variação anual desde abril de 2021. O resultado reforça a percepção de que a inflação segue em tendência de desaceleração, o que pode abrir caminho para cortes na taxa de juros ainda em 2025.

CPI: Energia pressiona menos e núcleo da inflação recua

Um dos fatores que ajudaram a reduzir o ritmo da inflação foi a queda nos preços da energia, que recuaram 0,2% em fevereiro, revertendo parte da alta de 1% em janeiro – que havia sido o primeiro avanço em seis meses. A desaceleração do núcleo do CPI também reflete um arrefecimento na pressão sobre serviços e bens duráveis, indicando que os custos mais rígidos da economia americana começam a ceder.

O movimento é significativo, pois mostra que as políticas monetárias mais restritivas adotadas pelo Fed podem estar começando a surtir efeito na contenção da inflação sem comprometer a atividade econômica.

Opinião

O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, destacou que o CPI veio melhor do que o esperado, tanto na comparação mensal quanto na anual. Ele ressalta que os custos de moradia continuam sendo um dos principais impulsionadores da inflação, representando metade da alta mensal, mas observa que a variação foi relativamente dispersa entre os principais grupos.

Outro ponto curioso, segundo Cruz, foi a queda nos preços de veículos, possivelmente influenciada por uma estratégia dos vendedores para antecipar as vendas antes da aplicação de novas tarifas. Cruz conclui que “se as medidas do Trump não fossem implementadas abriria espaço para corte de juros em breve”.

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