Arte de Mato Grosso é celebrada em mostra no Museu Nacional

Na noite dessa terça-feira (18/3), o Museu Nacional da República, uma das joias desenhadas por Oscar Niemeyer na Esplanada dos Ministérios, abriu sua cúpula para o lançamento da exposição Lírica, Crítica e Solar: artes visuais em Mato Grosso.

A mostra reflete a história cultural mato-grossense a partir de mais de 200 obras de 50 artistas, inspirados a retratar a ancestralidade, o bioma, os movimentos artísticos e o desenvolvimento da região.

Com curadoria de Divino Sobral e Laudenir Gonçalves, assistência de curadoria de Rosana Schmitt e expografia de Guilherme Isnard, a exposição também faz parte de uma iniciativa do Sebrae Mato Grosso, como parte da celebração dos 50 anos de atuação em serviço e apoio às micro e pequenas empresas.

Os amantes da boa arte poderão contemplar, de forma gratuita até 11 de maio, uma outra perspectiva da história cultural e artística de Mato Grosso, por meio de linguagens, como pintura, aquarela, escultura, objeto, instalação, cerâmica, fotografia e documentário.

Arte mato-grossense

Em entrevista à coluna Claudia Meireles, o curador Divino Sobral revelou como foi o processo de conceber e organizar as peças de artistas de oito municípios mato-grossenses, em sete núcleos temáticos: ancestralidade indígena e indigenismo; a natureza: entre a pujança e a devastação; a presença da arte popular; conexão com a religiosidade; a cidade de Cuiabá e a “cuiabania”; o povo mato-grossense e o grande Mato Grosso.

Divino Sobral, um dos curadores da exposição

“Ao receber o convite, eu fiquei pensando sobre alinhavar a história de Mato Grosso com a história da arte do estado. Nesse sentido, traçamos um percurso que não necessariamente precisa ser seguido para ser compreendido, porque os temas coexistem em cada eixo. É possível fazer vários caminhos para contemplar a presença da arte popular”, explica.

8 imagens

Obra de Nilson Pimenta

Obras de arte
Obras de Alcides Pereira dos Santos
Obras de arte
Retratos sobre queimadas e desmatamento por Mari Gemma De La Cruz
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Retratos de Mário Friedlander

Pedro Iff/Metrópoles

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Obra de Nilson Pimenta

Pedro Iff/Metrópoles

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Obras de arte

Pedro Iff/Metrópoles

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Obras de Alcides Pereira dos Santos

Pedro Iff/Metrópoles

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Obras de arte

Pedro Iff/Metrópoles

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Retratos sobre queimadas e desmatamento por Mari Gemma De La Cruz

Pedro Iff/Metrópoles

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Obras que exaltam a natureza

Pedro Iff/Metrópoles

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Obras de arte ocupam o Museu Nacional da República

Pedro Iff/Metrópoles

Para conseguir contar essa história, Sobral reforça que nenhuma das peças escolhidas são abstratas. Todas são figurativas. “A pintura é feita com muita carga de cor, muito intensa e viva. Tudo tem uma conexão muito profunda com a terra e com o povo de Mato Grosso, que são pilares daquilo que vai se constituir como a identidade cultural do estado, formada por heranças indígenas”, reflete.

Seguindo o caminho da exposição em cartaz na sala principal do Museu Nacional, os visitantes entram em contato com a produção de artistas visuais diversos.

“Aqui tem uma produção de marco temporal de arte de 80 anos. A obra mais antiga é de 1945, e a obra mais recente é deste ano, feita exatamente para esta exposição, que conta a partir da produção dos artistas visuais, sejam eles eruditos ou populares, do interior ou da capital, homens ou mulheres, vivos e mortos”, detalha Sobral.

Diretora superintendente do Sebrae/MT, Lélia Brun, Aline Figueiredo e André Schelini

Figura importante na arte do Centro-Oeste, a artista, crítica e professora Aline Figueiredo, de 78 anos, reconhecida por seu trabalho de vanguarda, não perdeu a oportunidade de prestigiar as obras de seus conterrâneos rompendo fronteiras.

“O Mato Grosso é um estado gigantesco, começa antes de ser dividido. Para mim, começa com a Associação Mato-Grossense de Artes, lá em Campo Grande, quando fizemos uma exposição em 1966. Não é fácil. Por isso, divulguem nossas produções que refletem o contraste entre efervescência e miséria, alegrias e atrocidades, e que aparecem na plástica e na conversa. Nossa arte é forte e contundente”, reiterou Figueiredo.

Máscaras dos Caretas de Guiratinga são apresentadas pela primeira vez em um circuito artístico

Como um presente do povo de Mato Grosso para a capital federal, a mostra, que entra em cartaz com exclusividade no Museu Nacional, empresta, pela primeira vez para um circuito artístico, as máscaras dos Caretas de Guiratinga, símbolo carnavalesco do estado.

Coquetel de abertura

Para celebrar o lançamento da exposição e os 50 anos do Sebrae MT, a diretoria da instituição, bem como autoridades de Mato Grosso e de Brasília, prestigiaram a ação pioneira e se reuniram no centro da sala principal do museu para refletir sobre a iniciativa de romper com as fronteiras e apresentar a arte pujante da região.

Diretora superintendente do Sebrae/MT, Lélia Brun, e André Schelini

Em meio aos discursos de agradecimento, a superintendente do Sebrae de Mato Grosso, Lélia Brun, falou sobre a importância da união para conceber uma exposição grandiosa e que traduz o espírito do povo mato-grossense.

“É um acontecimento ímpar, uma conquista grandiosa ver nossa arte aqui exposta, contando nossa história. Muito obrigada a toda a equipe pela oportunidade de exibir nossa produtividade artística de grande expressão. Nosso desejo é que nossa arte ultrapasse as fronteiras e voe alto para alcançar lugar de destaque nos museus, nas galerias e nos corações dos colecionadores brasileiros e estrangeiros”, refletiu Lélia Brun.

Subsecretário do Patrimônio Cultural do DF, Felipe Ramon Moro Rodrigues, e a diretora do Museu Nacional da República, Fran Favero

O subsecretário do Patrimônio Cultural Distrito Federal, Felipe Ramon, também marcou presença no evento e fez questão de reiterar que o Museu Nacional é um reduto para a integração nacional.

“Este é um museu de arte contemporânea destinado a representar o panorama das artes do Brasil. Hoje, nós vivemos dois momentos maravilhosos – estados do interior que são ricos e potentes, que produzem cultura de uma maneira bastante importante, mas que ainda não são reconhecidos como tal. Quando Juscelino Kubitschek quis interiorizar a capital, ele falava também no sentido metafórico, quase metafísico. Porque a gente só cresce de dentro para fora. Foi isso que ele pensou e é isso que a gente pensa até hoje”, destacou.

Confira os melhores momentos da noite:

Confira quem esteve presente na abertura, pelas lentes de Pedro Iff:

Onice Moraes
Divino Sobral; a diretora superintendente do Sebrae/MT, Lélia Brun; o presidente do Sebrae, Décio Lima; Jonas Barros; e André Schelini
Alberto Machado, o Beto Dois a Um (PSB), deputado estadual pelo Mato Grosso
Luiza Vaz, Rafaella Tamm, Marília Panitz e Lúcio Albuquerque
Sérgio Carvalho, Denize Cruz e o artista plástico Ralph Gehre
Thayza Benetti, Raissa Frazão, Alê Arautas e Antônio Monteiro
Paulo Pires com sua obra ao fundo, A sociedade da Pedra
Julia Moragas apreciando uma obra exposta
Marta Torezam
Heber Sousa e Bruno Gil
Os convidados apreciam as obras expostas
A artista Andréia Zelenski com suas obras
Luan Grisolia e Nuara Visintin
O artista Antônio Ferreira com sua obra
Mari Gemma de la Cruz e Rosana Schmitt com as obras de Mari Gemma de la Cruz
Rafael Dias e Sarah Zampierri

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