Paz no Oriente Médio será discutida no Catar, mas sem Hamas e Irã

Uma nova tentativa de levar paz à Faixa de Gaza começa a ser discutida nesta quinta-feira (15/8) em Doha, capital do Catar. Contudo, a rodada de negociações não contará com a participação de dois importantes atores na crise que se instalou no Oriente Médio desde o fim de 2023.

O Hamas rejeitou o convite para a reunião, que contará com a mediação de Catar, Estados Unidos e Egito. A decisão de não participar das negociações foi sinalizada no início da semana e confirmada um dia antes do encontro por um membro do grupo palestino à Reuters.

Porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri reiterou o posicionamento do grupo, que em vez de novas discussões busca implementar uma proposta apresentada pelos Estados Unidos e aceita em meados de junho.

Apesar de aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, a resolução de cessar-fogo não foi implementada por ambos os lados envolvidos na guerra, que completou dez meses recentemente e já matou mais de 40 mil pessoas na Faixa de Gaza.

Na época, o governo do israelense Benjamin Netanyahu não se mostrou satisfeito com os termos da proposta e continuou com os bombardeios em Gaza.

Irã também não participará de reunião

Apesar de o conflito na Faixa de Gaza ser o principal foco da reunião no Catar, a expectativa é de que as negociações também reflitam diretamente nas ameaças recentes do Irã contra Israel.

Na última terça-feira (12/8), o presidente dos Estados Unidos,  Joe Biden, afirmou que o sucesso nas negociações é a única forma de impedir um ataque iraniano contra o território israelense. Fontes iranianas, citadas pela Reuters, também confirmaram o cenário.

O Irã, no entanto, afirmou que não terá “presença nem representantes” nas discussões que começam nesta quinta-feira (15/8) em Doha.

Desde que Ismail Haniyeh foi assassinado na capital iraniana, o regime do aiatolá Ali Khamenei jurou vingança e tem feito uma série de ameaças contra Israel em resposta a morte do ex-líder do Hamas.

Ainda existe o temor de que um possível ataque seja orquestrado com grupos rebeldes da região, como o Hezbollah, que também prometeu retaliação em resposta à morte de um importante comandante do grupo libanês. 

 

 

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