Brasil aponta queda de 3,5% no número de nascimentos em 2022, menor índice desde 1977

Em 2022, o Brasil registrou 2,54 milhões de nascimentos, uma queda de 3,5% na comparação ao ano anterior, quando o número foi de 2,63 milhões. Este é o quarto recuo consecutivo no índice total de nascimentos do país, que chegou ao menor nível desde 1977, segundo dados das Estatísticas do Registro Civil, divulgados pelo IBGE.

O Nordeste (-6,7%) e o Norte (-3,8%) são as regiões que tiveram o declínio mais brusco. Entre as Unidades da Federação, a Paraíba apresentou a maior queda (-9,9%); na sequência, aparecem os estados de Maranhão (-8,5%), Sergipe (-7,8%) e Rio Grande do Norte (-7,3%). Santa Catarina (2%) e Mato Grosso (1,8%) foram os únicos estados com aumento de registros de nascimentos.

A redução no número de nascimentos no país é um fenômeno percebido a partir do ano de 2018, com raízes em fatores socioeconômicos e demográficos de longo prazo, intensificados pela pandemia de COVID-19. Em 2020, pela primeira vez na história, o Brasil teve mais pessoas com 65 anos ou mais do que crianças de até 14 anos.

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No Brasil, a taxa média de fecundidade total caiu de 2,6 filhos por mulher, em 2010, para 1,75, em 2020, segundo o IBGE. Essa queda relaciona-se com diferentes fatores, como maior acesso à educação, oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho e aumento do custo de vida, que podem levar ao adiamento da maternidade.

Já outro estudo, realizado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington (EUA), e publicado pela revista The Lancet, aponta que mais de 75% dos países não terão taxas de fertilidade suficientes para garantir níveis populacionais até 2100. 

O estudo indica que, em geral, os países devem ter uma taxa de fertilidade (TFR) de 2,1 filhos por pessoa para manter o tamanho da população e o crescimento econômico, principalmente nos setores de vendas que correspondem ao comportamento de consumo de mulheres que são mães. 

No momento da maternidade, há uma reestruturação na família e, consequentemente, impactos no consumo. Fraldas, lenços umedecidos, bolsa de maternidade, hidratantes de bebê, mamadeiras e uma lista extensa de itens que passam a agregar à cesta de compras. As empresas que atendem esse público devem estar atentas às tendências e preferências das novas mães, que buscam praticidade, qualidade e segurança para os filhos.

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