Qual é o futuro do Brasil ?

Roberto Mangabeira Unger, professor de Harvard e ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, foi entrevistado por Carlo Cauti no programa BM&C Talks. A conversa girou em torno da necessidade de um projeto para o futuro do Brasil que contemple tanto o crescimento econômico quanto o desenvolvimento social.

Durante a entrevista, Mangabeira Unger criticou a ausência de um projeto claro do atual governo, destacando que o principal problema do Brasil não é a desigualdade, mas a mediocridade educacional e produtiva. Segundo ele, para superar esses desafios, é crucial desenvolver uma economia do conhecimento que inclua a maioria da população, em vez de beneficiar apenas uma elite.

 Modernização das instituições de ensino

Mangabeira Unger enfatizou a importância de modernizar as instituições herdadas do varguismo, como o Sebrae, Senai e os bancos públicos de desenvolvimento, que atualmente estão deteriorados e precisam de mudanças significativas para promover a inovação e a eficiência.

Escudo fiscal realista, proteção da poupança popular e combate ao cartel bancário

Ele defende um escudo fiscal realista para que o Brasil possa resistir à pressão dos mercados financeiros e focar em uma agenda produtivista. Entre as medidas sugeridas estão a proteção da poupança popular e o fortalecimento da concorrência para combater o cartel bancário.

Sustentabilidade e industrialização na Amazônia

A Amazônia também foi destaque na conversa. Mangabeira Unger ressaltou a necessidade de resolver o caos fundiário na região para promover a sustentabilidade e a industrialização dos produtos agropecuários. Ele sugeriu a criação de vínculos entre o complexo verde e a industrialização, além de práticas agrícolas sustentáveis, como a intensificação da pecuária e o manejo florestal sustentável.

Por fim, o professor destacou que a transformação cultural e educacional é fundamental para a formação de uma elite produtivista e nacionalista. Ele propôs uma nova concepção de diferença entre direita e esquerda, focando em transgredir o quadro institucional existente e promover um Brasil experimentalista e inovador.

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