Desvalorização do Real: economista Analisa Impactos de Declarações Políticas e Papel do BC

Nesta terça-feira (02), durante o programa BM&C News, a economista Ariane Benedito foi a convidada, e falou sobre a recente desvalorização do real, que viu o dólar atingir a marca de R$ 5,69, tem gerado preocupação no mercado. Benedito destacou que as críticas frequentes do presidente Lula ao Banco Central são um dos principais fatores impulsionando a alta do dólar.

“Embora fatores externos tenham influenciado a economia brasileira, o real se desvalorizou mais que outras moedas de países emergentes devido aos ruídos políticos internos”, afirma Benedito. Segundo ela, as inconsistências na comunicação do governo geram aversão ao risco e afetam negativamente a economia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta atribuir a alta do dólar ao cenário externo, chamando-o de “ruídos de comunicação”. No entanto, a economista argumenta que as declarações contraditórias e frequentes do governo são os principais responsáveis pela desvalorização do real.

Para Benedito, o governo precisa focar na redução de gastos e na melhoria da qualidade das despesas para aumentar a competitividade do Brasil. Ela critica a falta de responsabilidade e coerência nas comunicações governamentais, que prejudicam a confiança no mercado. “O mercado é um termômetro da economia, ele acusa febre, não é o causador da febre”, comenta.

Além disso, a economista considera que uma intervenção do Banco Central no câmbio seria ineficaz e custosa. “O Banco Central gastar cartucho com algo que ele não tem controle, que é a depreciação da moeda via ruídos políticos, não faz sentido. O governo precisa alinhar suas comunicações e considerar a importância do silêncio estratégico para estabilizar a moeda”, conclui.

Ariane Benedito sugere que o governo adote uma postura mais responsável e coerente em suas comunicações para reduzir a volatilidade do câmbio e melhorar a confiança no mercado financeiro. A economista acredita que, sem esses ruídos, o Brasil poderia ter um cenário econômico mais estável e favorável ao crescimento.

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