O que Lula deveria ter aprendido para ajustar a política econômica atual

Alexandre Espírito Santo, economista da Way Investimentos, aborda as diferenças entre os governos Lula 1 e Lula 3, além de destacar as lições que o presidente poderia aplicar no contexto econômico atual. Espírito Santo relembrou o cenário do primeiro mandato de Lula, quando o governo seguiu um tripé macroeconômico composto por meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Naquele período, essas políticas contribuíram para grandes avanços econômicos, especialmente impulsionados pela alta demanda chinesa por commodities. “O governo Lula surpreendeu ao nomear Henrique Meirelles para o Banco Central e manter uma política econômica sólida,” afirmou o economista. Veja aqui.

No entanto, o economista destacou que o cenário internacional mudou. A China não tem mais a mesma força para puxar os preços das commodities, e a economia global enfrenta novos desafios, como tensões geopolíticas e uma menor expansão econômica. Espírito Santo enfatizou que “o presidente precisa entender essa nova condição macroeconômica global.”

Outro ponto crucial abordado na entrevista foi a necessidade de compromisso fiscal. Segundo Espírito Santo, é essencial que o governo sinalize responsabilidade fiscal para atrair investidores, tanto locais quanto internacionais. Recentes indicações de contingenciamento são vistas como positivas, mas o economista ressalta que “essas medidas precisam ser críveis e eficazes.”

Espírito Santo comparou a situação atual do Brasil a um voo de galinha, com avanços e retrocessos frequentes devido à polarização política. Ele destacou a importância de consistência nas políticas econômicas, independentemente das mudanças de governo. “Precisamos fazer o dever de casa e manter essa consistência ao longo do tempo,” afirmou.

Por fim, o economista sugeriu que Lula deveria “viajar no tempo” e resgatar as estratégias do primeiro mandato para ajustar a política econômica atual e enfrentar os desafios presentes. Espírito Santo concluiu a entrevista reforçando a importância de aprender com o passado para construir um futuro econômico mais sólido.

Veja um trecho da entrevista:

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