Ações cíclicas voltam ao radar dos investidores

A expectativa de cortes nos juros nos Estados Unidos trouxe as ações cíclicas de volta ao radar dos investidores. Empresas que se beneficiam desse movimento, principalmente as que não estão diretamente ligadas à tecnologia, começam a mostrar sinais de recuperação. Estudos recentes, incluindo um divulgado pela XP, indicam que essa tendência pode sustentar o desempenho de empresas cíclicas tanto nos mercados emergentes quanto no Brasil.

“O índice Russell 2000, que mede a performance de small caps nos Estados Unidos, apresentou um desempenho superior ao dos principais índices, como Dow Jones e S&P 500,” afirmou Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX, em entrevista ao BM&C News. Esse movimento sugere uma rotação dos investidores em direção a ações menores e mais focadas no mercado local.

No Brasil, o mercado de small caps também mostra sinais de recuperação. Setores como o de construção civil destacaram-se com bons resultados em empresas como Moura e Mitre. Essas ações, anteriormente descontadas, começam a se valorizar à medida que os investidores voltam a considerar o potencial de crescimento desses papéis. “Empresas cíclicas e ligadas ao mercado local estão tendo bom desempenho,” observou Saravalle.

Os grandes bancos brasileiros, como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, estão entre os setores que atraem recursos dos investidores. Essas instituições, que negociam a múltiplos baixos, oferecem uma combinação de solidez e potencial de valorização, especialmente em um cenário de possível queda de juros no Brasil. “No momento de reprecificação, esses múltiplos deveriam ser elevados ao longo do tempo,” destacou Saravalle.

A expectativa é de que a redução dos juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil possa criar um ambiente favorável para a expansão da lucratividade das empresas locais. Investidores estão atentos aos resultados do segundo trimestre e às projeções para o segundo semestre, com foco na capacidade das empresas de melhorar suas margens e aumentar a lucratividade. “O investidor busca uma empresa que está crescendo, se expandindo e melhorando margens,” concluiu Saravalle.

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