Pente-fino: “70 milhões vivendo de esmola do governo”, critica economista

Calendário do Bolsa Família de março já foi anunciado e exige atenção

O governo federal anunciou a realização de um pente-fino no Benefício de Prestação Continuada (BPC), com o objetivo de economizar até R$ 9 bilhões em 2025. No entanto, auditoria recente do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou um rombo de aproximadamente R$ 5 bilhões anuais nos cofres públicos devido a irregularidades no pagamento do benefício. A promessa de ajuste fiscal, porém, tem sido recebida com ceticismo por economistas e analistas do mercado financeiro.

Durante participação no programa BM&C News, o economista VanDyck Silveira fez críticas contundentes à condução da política de benefícios sociais no Brasil. Segundo ele, a gestão previdenciária apresenta falhas recorrentes, que poderiam ser sanadas caso houvesse interesse real do governo em cortar gastos. “Se houvesse vontade política, essa revisão teria sido feita já na primeira semana de governo”, afirmou.

Número de beneficiários do governo desperta alerta

O economista apontou que a ausência de fiscalização efetiva no BPC permite que benefícios continuem sendo pagos a indivíduos falecidos ou que não se enquadram nos critérios exigidos pelo programa. Além disso, questionou o impacto dos programas assistenciais no incentivo ao trabalho. “O Brasil criou um sistema no qual mais de 70 milhões de pessoas vivem diretamente de repasses do governo, sem nenhuma contrapartida produtiva”, criticou Silveira.

O número de beneficiários dos auxílios equivale à população total da Itália e se aproxima da da Alemanha”, alertou Silveira. O especialista também destacou que 13 estados brasileiros têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores empregados formalmente, o que, segundo ele, reforça o ciclo de dependência e ineficiência econômica do país.

Impacto no crescimento e investimentos

Além do impacto fiscal, o economista argumentou que o modelo atual de assistência compromete a capacidade do país de elevar sua taxa de investimento público e privado. “Para o Brasil sair da armadilha da renda média e se tornar uma economia desenvolvida, precisaríamos atingir uma taxa de investimentos acima de 25% do PIB. Hoje, mal conseguimos chegar a 16%”, apontou.

Silveira enfatizou que a continuidade dos repasses assistenciais sem contrapartida produtiva inviabiliza o crescimento sustentável do país. Para ele, é essencial reduzir o tamanho do Estado e promover uma reforma estrutural que incentive o setor privado a gerar empregos e oportunidades. “O governo precisa tomar medidas duras e cortar gastos públicos, caso contrário, nunca seremos um país de primeiro mundo”, concluiu.

A discussão sobre o futuro dos programas sociais e a eficiência do gasto público segue como um dos principais desafios do governo para 2025. Enquanto a promessa de um pente-fino no BPC é anunciada, especialistas alertam para a necessidade de uma abordagem mais ampla e estrutural na gestão das contas públicas.

Assista a entrevista na íntegra:

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