Problema fiscal dispara como maior ameaça à estabilidade financeira

O risco fiscal, dado pela relação entre receitas e despesas das contas públicas, disparou como a principal ameaça à estabilidade financeira no Brasil. É isso o que mostra pesquisa sobre o tema, realizada pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras, divulgada nesta quinta-feira (27/2).

De acordo com o levantamento do BC, a questão fiscal obteve 52% das menções como a maior ameaça à estabilidade financeira, em dados coletados entre 13 de janeiro e 15 de fevereiro. Na análise anterior, apresentada em novembro de 2024, esse número era de 42%. Ou seja, houve um avanço de 10 pontos percentuais na percepção dos problemas provocados por esse tema.

“Os riscos fiscais, que já eram preponderantes na pesquisa anterior, ganharam ainda maior relevância, com o aumento do impacto médio esperado, cuja magnitude é superior ao dos outros riscos”, diz o texto Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEC) do BC. O documento ressalta que, mais da metade dos respondentes da PEC o descreveram como o “risco mais importante, com destaque para preocupações com a sustentabilidade da dívida pública”.

Entre as demais ameaças, o cenário internacional figurou em segundo lugar, com 16% das respostas. Ao contrário do problema fiscal, houve redução do temor provocado pelos problemas externos. No estudo anterior, esse assunto havia reunido 27% das citações.

“Os riscos do cenário internacional estão associados principalmente à política econômica nos Estados Unidos e a conflitos geopolíticos”, afirma o documento do BC. Na lista, na sequência, aparecem a inadimplência, com 13%, além da liquidez, num patamar bem inferior, com 4%, o risco de mercado (3%) e o item “demais riscos” (11%).

Sobre a pesquisa

A Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) é realizada trimestralmente pelo BC junto a instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN). A pesquisa tem como objetivo captar a percepção dessas organizações sobre a estabilidade do SFN. As entidades pesquisadas incluem bancos, cooperativas, instituições de pagamento, gestoras de recursos, seguradoras e entidades fechadas de previdência complementar.

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