O defensor dos oceanos Paul Watson foi preso: ajude a evitar sua deportação para o Japão

Paul Watson, fundador da Sea Shepherd e cofundador do Greenpeace, foi preso na Groenlândia no último domingo, 21 de julho, sob um mandado de prisão internacional emitido pelo Japão. Uma petição com mais de 500 mil assinaturas foi criada para impedir sua deportação. Watson, que é um conhecido ativista na defesa dos oceanos e da vida marinha, encontra-se em detenção aguardando a decisão sobre o caso.

Ele e sua tripulação estavam a caminho do Pacífico Norte para interceptar o navio japonês Kangei Maru, conhecido por suas operações de caça e processamento de baleias. A polícia dinamarquesa deteve Watson em Nuuk, capital da Groenlândia, onde o navio parou para reabastecer. “A tripulação parou para reabastecer enquanto estava a caminho da Passagem do Noroeste como parte da #OpKangeiMaru, nossa campanha destinada a interceptar o novo navio-fábrica do Japão, o Kangei Maru, no Pacífico Norte”, informa uma declaração da Fundação Captain Paul Watson (CPWF) em um comunicado. “Acredita-se que esta prisão esteja relacionada a um Aviso Vermelho anterior emitido pelas atividades anti-baleeiras de Watson na Antártida. Este desenvolvimento é uma surpresa, já que os advogados da Fundação relataram que o Aviso Vermelho havia sido retirado. No entanto, parece que o Japão tornou o aviso confidencial para facilitar a viagem de Paul com o objetivo de realizar uma prisão.”

As autoridades japonesas acusam Watson de “conspiração de abordagem” devido às suas intervenções contra a caça às baleias na Antártida. Apesar das alegações, Watson tem sido um defensor incansável da preservação marinha, ajudando a salvar aproximadamente 5.000 cetáceos dos arpões. A caça às baleias é proibida em todo o mundo desde o moratório de 1986. Apenas três países decidiram continuar ilegalmente esta prática: Japão, Noruega e Islândia.

Uma petição online, que já ultrapassou 500 mil assinaturas, pede ao presidente francês, Emmanuel Macron, que intervenha junto às autoridades dinamarquesas para impedir a extradição de Watson. Macron já demonstrou estar acompanhando a situação de perto. “Estamos profundamente revoltados que um homem que dedicou sua vida a proteger animais ameaçados seja hoje preso a pedido de um Estado que não respeita a lei”, afirmam os organizadores da petição. Figuras públicas como Brigitte Bardot, Nagui, Stéphane Bern e Nicola Sirkis estão entre os primeiros signatários.

A Sea Shepherd e Watson são amplamente conhecidos por suas táticas diretas e confrontos no mar, como retratado na série de TV “Whale Wars” [Guerra das Baleias, em tradução].

O navio que Watson tentava interceptar partiu do Japão em maio e está equipado para abater e processar grandes quantidades de carne de baleia. Com capacidade para permanecer no mar por longos períodos, há suspeitas de que o Japão planeje retomar a caça comercial em alto-mar, apesar das declarações oficiais afirmarem o contrário. “Deixamos a CBI [Comissão Baleeira Internacional] e, neste momento, isso não está em consideração”, disse o porta-voz japonês Konomu Kubo. “O governo não indicou que a caça à baleia no Oceano Antártico está em seus planos, e nossa missão é usar o novo navio para realizar a caça comercial costeira por pelo menos os próximos 30 anos.”

Watson, que reside na França há um ano, dedica-se a dar palestras e defender os oceanos ao lado do Sea Shepherd France. Sua prisão e possível extradição levantaram preocupações sobre o uso da Interpol para fins políticos e a criminalização de defensores ambientais. “A extradição de Paul Watson para o Japão seria para ele uma sentença de morte. Com 73 anos e pai de três filhos, ele apodreceria na prisão”, alerta a petição.

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Para a comunidade do surf, mesmo que Watson não seja um surfista nem proteja diretamente os picos de ondas, sua luta contra a destruição dos oceanos é uma causa que merece apoio. A preservação da vida marinha é fundamental para a saúde dos oceanos, que todos os surfistas dependem e apreciam.

Ajude a evitar a deportação de Paul Watson para o Japão assinando a petição aqui.

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