Cidade natal de Léo Batista decreta luto após morte do locutor no RJ

São Paulo — A Prefeitura de Cordeirópolis, município do interior de São Paulo, decretou, ontem (19/1), luto oficial de três dias após a morte do locutor Léo Batista, aos 92 anos no Rio de Janeiro.

João Baptista Belinaso Neto, que adotou o nome artístico de Léo Batista, conhecido como a “voz marcante” do jornalismo esportivo brasileiro, estava internado desde 6 de janeiro no Hospital Rios D’Or, na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele faleceu no domingo (19/1), diagnosticado com um tumor no pâncreas.

Por meio de nota oficial, a prefeita da cidade, Cristina Saad (União), e o vice-prefeito Anderson Hespanhol Pique (PP), lamentaram a morte do locutor:

“Cordeiropolense é apaixonado pelo rádio, o jornalista começou sua trajetória na cidade. Do improviso num canto de sua casa, para o sistema de alto-falante de Cordeirópolis, no coreto da Praça Comendador Jamil Abrahão Saad – antes chamada João Pessoa. Depois, Léo desbravou o Brasil e tornou-se um ícone da televisão e da narração”, afirmou a prefeitura em trecho de nota enviada à imprensa.

Das rádios do interior à TV Globo

  • Nascido em 22 de julho de 1932, João Baptista Bellinaso Neto, o ‘Léo Batista’, adotou a assinatura somente anos depois, encorajado por um narrador que achava seu sobrenome italiano difícil de pronunciar. O novo nome foi pensado em homenagem à sua irmã Leonilda, e o sobrenome simplificado sem o ‘p’;
  • Léo Batista iniciou sua carreira aos 15 anos, quando foi convidado por um primo para fazer um teste de locução para um serviço de alto-falante de sua cidade natal. Aprovado no teste, ele se tornou oficialmente a voz das notícias que chegavam aos moradores de Cordeirópoles;
  • Botafoguense apaixonado, a carreira de Léo ficou marcada no jornalismo esportivo. Após destaque no serviço de alto-falante de Cordeirópolis, o locutor foi procurado pela Rádio Difusora de Piracicaba, onde foi setorista do XV de Piracicaba, time de futebol da cidade. Na época, a equipe interiorana disputava a primeira divisão do Paulistão;
  • Ainda na rádio, o locutor foi o responsável por narrar a primeira Copa do Mundo no Brasil, em 1950. A primeira Copa sediada no país ficou marcada pela derrota da seleção brasileira na grande final para o Uruguai, no episódio que ficou conhecido como ‘Maracanazo’;
  • Em 1952, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Globo, onde trabalhou como locutor e redator de notícias. O primeiro trabalho, ainda como Belinaso Neto, foi no programa “O Globo no Ar”. Depois, passou a integrar a equipe esportiva da rádio;
  • Como botafoguense, Léo narrou a primeira partida da carreira de Mané Garrincha no Glorioso, em 1953;
  •  Nos anos 70, Léo Batista iniciou sua trajetória na TV Globo, onde passou a maior parte de sua carreira. Ele foi o primeiro a apresentar o Esporte Espetacular, narrou gols no Fantástico, e também apresentou o Jornal Nacional, Jornal Hoje e Globo Esporte na emissora.
3 imagens

Léo Batista foi o primeiro locutor a narrar a morte de Getúlio Vargas

Léo Batista começou sua carreira na cidade de Cordeirópoles, interior paulista
1 de 3

Léo Batista e Galvão Bueno

Reprodução

2 de 3

Léo Batista foi o primeiro locutor a narrar a morte de Getúlio Vargas

Reprodução/ Instagram

3 de 3

Léo Batista começou sua carreira na cidade de Cordeirópoles, interior paulista

Reprodução/Globo

O velório do jornalista ocorre nesta segunda-feira (20), a partir das 14h, na sede do Botafogo, em General Severiano, na Zona Sul do Rio. A cerimônia é aberta ao público.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.