BELÉM – Disputa no condomínio Natália Lins expõe denúncias, acusações e resposta

A administração do Conjunto Residencial Natália Lins, localizado ao lado do Estádio Mangueirão, em Belém, se tornou palco de uma disputa ferrenha entre a atual síndica, Elisiane Peixoto, e a opositora Adna Andrade de Souza, que há quatro anos tenta lançar uma chapa para concorrer à gestão do condomínio, mas alega ser impedida por manobras administrativas e até agressões físicas. A opositora à atual diretoria enviou ao Ver-o-Fato diversos documentos para corroborar as acusações que faz.

Adna denuncia uma série de irregularidades na administração do conjunto, que possui mais de 900 apartamentos e abriga cerca de 4 mil moradores. Segundo ela, Elisiane teria promovido uma assembleia com moradores inadimplentes para legitimar sua permanência na administração. Além disso, acusa a síndica de realizar obras sem prestar contas e impedir a participação de adversários na eleição.

Segundo a denunciante, a Comissão Eleitoral que vai comandar a eleição é presidida por uma amiga pessoal de Elisiane, que frequenta a casa dela, vai a aniversário e faz compras juntas em supermercado. Isso, diz a opositora, compromete a isenção da presidente da comissão para continuar à frente do processo.

“Estamos vivendo um verdadeiro inferno. Essa gestão impede qualquer oposição, se aliou a um advogado e usa diversos artifícios para impugnar nossa chapa. Criaram regras internas sem o respaldo da convenção do condomínio, proibindo até a participação de quem tem restrições no Serasa”, afirma Adna, acrescentando que até ano passado a própria síndica e seu vice tinham restrições no Serasa.

Ela também aponta falta de transparência financeira, mencionando cobranças de taxas extras sem apresentação de comprovantes. Segundo Adna, obras estruturais estão sendo realizadas sem prestação de contas. Além disso, acusa a atual síndica de intimidar os opositores com ações na Justiça e de acionar a polícia sempre que há reuniões de moradores insatisfeitos.

A disputa já gerou confrontos físicos. Adna relata que, em uma assembleia, foi agredida junto com outra moradora. “Fizemos um boletim de ocorrência e o caso já está na Justiça”, diz. A briga pelo comando do condomínio terá mais um capítulo no dia 18 de fevereiro, data da próxima audiência judicial sobre a gestão do residencial.

Regulamento contestado

Adna questiona a legalidade do regimento interno criado por Elisiane. “Nossa convenção permite reuniões, mas ela fez uma minuta sem aprovação de dois terços dos condôminos. Em um conjunto com 928 apartamentos, ela fez mudanças com apenas 80 votos, quando seriam necessários 616”, critica.

Ela se apresenta como representante de 21 moradores por meio de procurações e diz ser alvo de perseguições por parte da administração. “Nunca tive processos contra mim até entrar nessa luta. Hoje, respondo a nove processos movidos pela síndica e seu grupo. Me processaram por expressar minha opinião em grupos de WhatsApp, onde critiquei a relação da gestão com o jurídico do condomínio. Me chamaram de criminosa, apenas por contestar a administração”, desabafa.

A opositora afirma ainda que a atual síndica tem um histórico judicial que remonta a décadas, com registros em diferentes estados do país. Segundo Adna, a conduta de Elisiane reforça o ambiente de tensão e medo dentro do conjunto. “Estamos vivendo um verdadeiro circo dos horrores”, finaliza.

Com a palavra, a síndica

O Ver-o-Fato falou com Elisiane Peixoto na manhã desta segunda-feira, 3, pedindo um posicionamento sobre as acusações feitas à gestão do condomínio e outras supostas irregularidades apontadas por Adna Andrade de Souza.

Sobre as acusações de manipulação do processo eleitoral: ” estou investida de poder e o processo eleitoral me confere esse poder, porque foi concedido de forma democrática pelos condôminos. É um processo aberto a qualquer morador que queira se candidatar, não há nenhum impedimento”.

A respeito de agressões físicas, outra denúncia da opositora: “nunca agredi ninguém fisicamente. Isso é uma mentira. Ela (Adna) terá de provar isso”.

Quanto à suposta amizade com a presidente da Comissão Eleitoral: ” posso me comunicar com quem quiser, me relaciono muito bem com todos no condomínio. Se isso desagrada a ela, não é problema meu”.

Obras de infraestrutura no condomínio sem prestação de contas: ” tudo feito com autorização dos condôminos, dentro do que está previsto”.

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