Esposa e irmão de Marconi Perillo receberam de investigado, diz PF

A operação Panaceia, que mira Marconi Perillo, encontrou transações entre um advogado investigado e a esposa e o irmão do presidente nacional do PSDB.

A investigação mira desvios de recursos públicos da área da saúde durante a gestão de Perillo no governo de Goiás, entre 2012 e 2018.

Os desvios, segundo a PF, teriam origem na terceirização da Saúde no Estado e na contratação da Organização Social Instituto Gerir.

A investigação mostrou, segundo decisão a qual a coluna teve acesso, que o advogado João Paulo Brzezinski atuava para a Gerir enquanto também era advogado pessoal de Perillo.

Um dos elementos citados pela PF para pedir a busca é um repasse do escritório de Brzezinski para Antônio Pires Perillo, irmão do ex-governador de Goiás.

Segundo a PF, “logo após o recebimento da primeira parcela como pagamento pela Gerir, no valor de R$ 50.000,00, em 22/06/2012, a Brzezinski Associados transferiu R$ 35.000,00 para o irmão de Marconi Perillo, Antônio Pires Perillo, equivalente a 50% do valor irregularmente contratado com a Gerir”.

As informações coletadas pelos investigadores ainda mostram um repasse de R$ 100 mil para Valeria Jaime Perillo, esposa do ex-governador.

Segundo a decisão que embasou a busca contra Perillo, as irregularidades relacionadas ao escritório de Brzezinski “referem-se a contratação direcionada e para a prestação de serviços legalmente vedados, pagamentos sem lastro contratual, contratação simultânea de escritórios e advogados para a prestação do mesmo serviço, pagamentos em valores diversos do contratado”.

Além disso, diz a decisão, não foi possível comprovar a prestação de serviço tampouco a existência de “estrutura para a prestação do serviço contratado e sub execução dos contratos”.

“Inegavelmente, a contratação de João Paulo Brzezinski pelo Instituto Gerir, e a notória proximidade entre este advogado e Marconi Perillo, acabaram por reforçar os indícios levantados em relação ao ex-Governador na presente investigação”, diz a decisão.

A PF levantou suspeita sobre os serviços advocatícios, desde a contratação direcionada, a efetiva prestação destes serviços, a existência de valores superfaturados, sobreposição contratual, pagamentos sem lastro contratual, sub-execução dos contratos, entre outros”, diz a decisão.

A investigação apontou também que empresas vinculadas ao advogado Brzezinski possuem o mesmo número de telefone de empresas de consultoria, gestão de ativos e holdings pertencentes a ex-agentes políticos, que conduziram o processo de terceirização da saúde no Estado de Goiás.

Um desses agentes, cita a decisão, seria Marconi Perillo.

DEFESA

Em nota, Perillo afirma que a operação é “mais uma tentativa de constrangimento ilegal”.

“A absurda medida constrangedora sem contemporaneidade com os fatos investigados (2011 a 2018), evidencia o palco político”, diz a nota enviada pelo ex-governador.

Segundo ele, o advogado é amigo da família e o repasse para sua esposa está relacionado a um empréstimo que foi devolvido em 03 parcelas.

“Apesar da autoridade Judiciária ter dito em várias oportunidades que o ex-governador deveria explicar os fatos, não lhe foi oportunizado isso, submetendo-o à medida realizada nesta data, mesmo sem qualquer contemporaneidade”, diz a nota.

“O ex-governador, como sempre o fez, tem absoluta tranquilidade com a narrativa falsa que o impôs esse constrangimento”, conclui a nota.

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