Caso Richthofen: Cravinhos deixa Tremembé após conseguir regime aberto

São Paulo — Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, foi solto nessa quarta-feira (5/3) da Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, após a Justiça autorizar que ele cumpra o restante da pena em regime aberto.

Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que “a direção deu cumprimento ao alvará de soltura expedido pelo Poder Judiciário em favor do preso Cristian Cravinhos, em virtude de progressão ao regime aberto”.

Na decisão, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Comarca de São José dos Campos, afirmou que os autos mostram que o detento mantém boa conduta carcerária, cumpriu o lapso legal para progressão de regime prisional e não registra faltas disciplinares no último ano.

Por isso, de acordo com a magistrada, Cravinhos preenche os “requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela lei para a obtenção do benefício”.

Para cumprir a pena em regime aberto, Cravinhos terá que cumprir seis determinações da Justiça:

  • Comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais (VEC) ou à Central de Atenção ao Egresso e Família (CAEF) para informar sobre suas atividades;
  • Obter uma ocupação (trabalho) legalizado, devendo ser comprovada à VEC ou À CAEF;
  • Sair para o trabalho às 6h da manhã e retornar a residência até às 22h, tanto nos dias úteis quanto nos feriados e fim de semanas (exceções deverão ser autorizadas pelo juiz);
  • Não mudar de Comarca sem autorização do juiz;
  • Não mudar de endereço sem autorização do magistrado;
  • Não frequentar bares, casas de jogo e outro locais considerados incompatíveis com o benefício.

Proposta de emprego

A decisão da Justiça atende ao pedido da defesa de Cristian feito em fevereiro deste ano.

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Na ocasião, os advogados mostraram uma declaração de proposta de emprego para trabalhar como ajudante geral em uma gráfica, na zona sul de São Paulo, em horário comercial de segunda a sexta.

Cravinhos cumpre uma condenação de 38 anos de prisão pelo envolvimento nas mortes de Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002. Daniel, irmão de Cristian, e Suzane von Richthofen, filha do casal, também foram condenados pelo crime. Os dois cumprem pena em regime aberto.

Cristian conseguiu direito ao mesmo benefício em 2017, mas voltou ao regime fechado no ano seguinte por corrupção ativa. Ele estava fora de casa e em horário irregular quando foi capturado por policiais. O réu ofereceu R$ 1 mil aos agentes para evitar ser levado à delegacia. A tentativa de suborno resultou em seu retorno imediato para a penitenciária e no acréscimo de mais quatro anos em sua pena, totalizando 42 anos de reclusão.

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