Reajuste da gasolina reforça percepção de independência da Petrobras; veja análises

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira um aumento no preço da gasolina, que entrará em vigor a partir de amanhã. Analistas do mercado financeiro têm opiniões variadas sobre os impactos dessa decisão.

A Ativa Investimentos avalia que o reajuste não soluciona a defasagem atual do preço do combustível. Contudo, considera a medida positiva para os papéis da estatal, pois valida a continuidade da política de preços de derivados, defendida pela nova gestão da presidente Magda Chambriard. Segundo a corretora, essa ação também contribui para diminuir a percepção de risco por parte do mercado sobre a petrolífera. “Estimamos que a elevação chegará aos consumidores na segunda quinzena de julho, com primeiro impacto no IPCA fechado desse mesmo mês”, afirma Étore Sanchez, que também acrescenta que “segundo a Abicom, antes do reajuste havia necessidade de elevação no preço da gasolina em 18%, o que significa que, após o reajuste, ainda “faltariam” cerca de 10% para zerar a defasagem deste combustível. Caso a Petrobras venha a zerar a defasagem da gasolina, o impacto no IPCA será de +25bps”.

Flavio Serrano, do BMG, comenta que o aumento da gasolina terá um impacto de 0,14 pontos percentuais (pp) no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre julho e agosto. Serrano observa que o viés para a projeção do IPCA de 2024, atualmente em 4,10%, é de alta, embora fatores como alívio no câmbio e recuo do petróleo possam ajudar a compensar esse efeito.

Andréa Angelo, da Warren, destaca que a alta da gasolina gera um impacto de 13 pontos base (bps) no IPCA, sendo 9 bps em julho. Além disso, o reajuste no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) provoca um efeito adicional de 5 bps na inflação. A casa de análise elevou sua projeção para o IPCA deste ano de 4,10% para 4,28%.

Reação na bolsa

As ações da Petrobras passaram a subir depois do anúncio do reajuste. Antes da informação, as ações oscilavam entre perdas e ganhos, apesar do recuo dos contratos futuros de petróleo. A estatal vai elevar o preço do combustível em R$ 0,20 por litro, para R$ 3,01 o litro, em média, para as distribuidoras. O GLP vai subir R$ 3,10, com o botijão de 13 quilos passando a custar R$ 34,70. Veja mais sobre o anúncio aqui.

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