VENEZUELA – Com ditador e oposição se dizendo vitoriosos, país mergulha no caos

A ditadura de extrema esquerda na Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, mais uma vez violou a vontade democrática da maioria do povo venezuelano, aprofundando o caos social e político que assola o país há 25 anos, desde que o socialista Hugo Chávez assumiu o poder. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, declarou Maduro vencedor com sete pontos de vantagem sobre Edmundo González Urrutia, em uma apuração marcada pela falta de transparência e legitimidade.

O resultado coloca a Venezuela em um cenário familiar de impasse e descrédito político, contestado veementemente pela oposição e questionado pelos governos do Chile, Argentina e Peru. Até o momento, atores essenciais no processo, como Brasil e Colômbia, não se pronunciaram. O desfecho das eleições, repleto de irregularidades, seguiu o conhecido roteiro de fraude que tem se sofisticado ao longo de 25 anos de chavismo no poder.

Ao meio-dia, no meio da jornada eleitoral, pesquisas de boca-de-urna, divulgadas ilegalmente pelo chavismo, já antecipavam a vitória de Maduro. Nas seis horas entre o encerramento das urnas e o comunicado do presidente do CNE, os opositores do ditador relataram dificuldades para acessar as atas de votação e ameaças de paramilitares, que rondavam as seções eleitorais e intimidavam os credenciados pela oposição.

O regime interrompeu a transmissão de dados, impedindo o acesso da Plataforma Unitária Democrática, um bloco de dez partidos que desafiou Maduro, ao sistema de dados do CNE. Elvis Amoroso, presidente do CNE, declarou o resultado como irreversível, atribuindo a demora aos ataques de “terroristas” ao sistema. Pouco depois, Maduro apareceu diante do Palácio Miraflores para corroborar, sem evidências, que o sistema havia sido hackeado. “Posso dizer perante o mundo que sou o presidente reeleito da Venezuela”, afirmou.

Resultados contestados e caos político

As atas de votação não foram apresentadas pelo regime, que forneceu apenas as porcentagens de 51,2% para Maduro e 44,2% para González, com 80% das urnas apuradas. Estes dados, divulgados de forma primária e sem auditoria, tornaram o resultado inverossímil aos olhos da oposição. Edmundo González e María Corina Machado ignoraram o veredicto do regime, afirmando ter acesso a 40% das atas que indicavam uma vitória de González com cerca de 70% dos votos contra 30% de Maduro.

“Queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia”, declarou Machado, apontando que quatro contagens rápidas confirmaram a vitória do diplomata aposentado.

Mais uma vez, a Venezuela mergulha no caos, com dois presidentes autodeclarados, evidenciando a profunda crise política e social que atormenta o país.

Reações internacionais e o futuro

A comunidade internacional observa com crescente preocupação a escalada da crise venezuelana. Governos do Chile, Argentina e Peru já expressaram seu repúdio ao resultado eleitoral, enquanto Brasil e Colômbia permanecem em silêncio. Este silêncio, no entanto, não esconde a realidade: a Venezuela está à beira de um colapso total.

O futuro da Venezuela permanece incerto. A resistência da oposição e a pressão internacional são fatores cruciais, mas a capacidade de Maduro de manter o controle através da força e manipulação não pode ser subestimada. Enquanto isso, o povo venezuelano continua a sofrer as consequências de um regime que se recusa a ouvir suas vozes e respeitar sua vontade democrática.

Em um país marcado por décadas de autoritarismo, a recente manobra de Maduro é mais um golpe devastador contra a democracia. A fraude eleitoral não apenas subverteu a vontade popular, mas também aprofundou a crise política e social, deixando a Venezuela em um estado de desespero e incerteza.

A comunidade internacional deve responder com firmeza, e a oposição interna deve continuar a lutar pela restauração da democracia e pelo respeito aos direitos humanos no país.

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