Commotio cordis pode ter causado morte de jovem no Amazonas: entenda

Uma tragédia ocorreu no interior do Amazonas no início desta semana: um adolescente de 16 anos morreu após ser atingido por uma bolada no peito durante uma partida de futebol.

O jovem, identificado como Edson Lopes Gama, estava participando de um torneio na comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, em Maués, quando o incidente ocorreu, por volta de 1h da madrugada de segunda-feira (5/1). Testemunhas tentaram reanimá-lo no local, mas ele não resistiu.

Um vídeo mostra o momento em que o adolescente foi atingido. Veja:

O que é commotio cordis?

De acordo com o cardiologista Raphael Boesche Guimarães, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia a uma condição conhecida como “Commotio cordis”, pode ter sido a possível causa da morte.

O médico explica que a condição ocorre quando um impacto não penetrante no tórax atinge o coração em um momento específico do ciclo cardíaco, desencadeando uma arritmia fatal. Apesar de ser um evento raro, sua gravidade exige atenção.

“Apenas exames post-mortem poderão confirmar a causa, mas é fundamental entender os riscos e medidas preventivas para evitar novas tragédias”, destaca o profissional.

Quem está mais vulnerável?

Atletas jovens, especialmente aqueles que praticam esportes de impacto, como futebol, beisebol e artes marciais, estão entre os mais vulneráveis. “Medidas simples, como o uso de proteções adequadas e avaliações cardiológicas regulares, podem salvar vidas”, diz.

Além disso, a estruturação dos centros esportivos com equipamentos de emergência, como desfibriladores externos automáticos (DEA), é essencial.

O cardiologista também reforça a importância do treinamento em primeiros socorros. “Ter profissionais capacitados em suporte básico e avançado de vida e protocolos claros de emergência podem fazer a diferença entre a vida e a morte em casos como este”, explica.

A importância de uma resposta rápida

Raphael destaca que o sucesso no atendimento de emergências cardíacas depende de uma sequência de ações rápidas: o reconhecimento imediato do colapso, o acionamento do serviço de emergência, a realização de compressões torácicas eficazes, a ventilação adequada e o uso do DEA nos primeiros minutos após o incidente.

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