Pix cai em relação a dezembro, mas cresce comparado a janeiro de 2024

A batalha de informações sobre o Pix — após uma atualização recente nas regras de monitoramento de transações financeiras pela Receita Federal — não gerou efeitos significativos nas movimentações do sistema de pagamentos contínuo e em tempo real. De 1º a 14 de janeiro de 2025, houve queda em relação a dezembro de 2024, mas houve aumento em relação ao mesmo período de janeiro do ano passado.

Entre os dias 1º e 14 de janeiro de 2025, houve mais de 2,28 bilhões de transações, sendo movimentados cerca de R$ 920 milhões nesse intervalo. No mesmo período de janeiro de 2024, foram feitas 1,75 bilhão de transações, com movimentação de cerca de R$ 659,7 milhões.

Já em comparação com o intervalo de 1º a 14 de dezembro de 2024, foram realizadas quase 2,7 bilhões de transações entre, onde R$ 1,12 bilhão foi movimentado.

O Banco Central (BC) afirma que o movimento do Pix da primeira quinzena de janeiro está dentro da variação sazonal do início do ano.

Entenda a situação do Pix no Brasil:

  • O Pix é o sistema de pagamentos contínuo e em tempo real do Banco Central, que está em funcionamento desde novembro de 2020.
  • Segundo instrução normativa da Receita, rotina das instituições financeiras foram estendidas às instituições de pagamento. Com isso, Pix que somarem pelo menos R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas serão declarados à Receita.
  • Não está prevista uma “taxação do Pix”, pois a Constituição proíbe imposto sobre movimentações financeiras.
  • Banco Central diz que redução nos números da 1ª quinzena de janeiro de 2025 em relação a dezembro de 2024 se deve à sazonalidade de início de ano.
  • Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alertou para as notícias falsas sobre o Pix. A federação esclareceu que a Receita Federal não passará a exigir nenhuma nova responsabilidade dos usuários do Pix (pagadores ou recebedores).

Além da posição oficial do BC, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também citou a sazonalidade. “Ele não foi menos utilizado até aqui. Inclusive, teve uma notícia, quando você pega a sazonalidade, em janeiro caem as transações em Pix, na comparação com dezembro. É sazonal. Quando você considera a sazonalidade, não tem havido problemas desse tipo”, explicou Haddad.

Técnicos não veem relação

Apesar da disseminação de fake news sobre o Pix, técnicos do BC sustentam que os meses de dezembro sempre registram um aumento de operações de pagamentos via Pix (em torno de 20% de aumento em relação a novembro). Isso ocorre em razão do pagamento do décimo terceiro e das compras de Natal. Já na passagem para janeiro, costuma ocorrer uma queda entre 5% e 10%.

Nos bastidores, fontes da autoridade monetária também lembram que a série histórica do Pix é curta, o que dificulta análises mais amplas. Ano a ano, tem ocorrido um aumento de cerca de 30% no uso do Pix, dada a forte adesão ao sistema.

Para quem analisa os dados, ainda não é possível fazer uma correlação entre as notícias falsas e uma redução no uso do Pix, sendo necessário mais tempo para se entender o comportamento das estatísticas.

Apesar de todo o alvoroço que as fake news têm provocado, o sentimento é de que o conforto e a facilidade que o Pix proporciona aos brasileiros vão superar qualquer tipo de ruído.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.