Efeito Milei: inflação na Argentina desaba, registrando a maior queda em décadas

O ano de 2024 marcou uma significativa virada na trajetória econômica da Argentina, que registrou a primeira desaceleração consistente da inflação em quase uma década. Nesta terça-feira (14/1), o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) divulgou que a taxa de inflação encerrou o ano em 117,8%, um decréscimo expressivo em relação aos 211,4% do ano anterior. Essa redução histórica foi saudada como uma vitória política pelo presidente Javier Milei, que assumiu o governo com o compromisso de controlar a inflação descontrolada.

A agenda de austeridade fiscal implementada pelo governo Milei desempenhou um papel crucial na desaceleração inflacionária. Entre as ações implementadas, destacam-se a redução do número de ministérios pela metade, a suspensão da maioria das obras públicas e cortes significativos nas transferências para áreas como saúde e educação. Estas medidas, embora inicialmente controversas, começaram a mostrar efeitos econômicos positivos já no terceiro trimestre de 2024, quando o país saiu de uma recessão prolongada.

Como as políticas econômicas sobre a inflação?

Javier Milei/Reprodução/Wikimedia Commons

As políticas econômicas adotadas sob a gestão de Javier Milei conseguiram não apenas frear o crescimento da inflação, mas também catalisar um crescimento de 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. A inflação mensal em dezembro foi de 2,7%, uma leve alta em relação ao mês anterior. Setores como habitação, água, eletricidade e gás foram os principais responsáveis por essa variação, enquanto categorias como equipamentos domésticos e vestuário experienciaram mudanças mínimas.

Ademais, a redução na taxa básica de juros realizada pelo Banco Central, de 35% para 32%, ajudou a consolidar a confiança nos mercados internos e equilibrar as expectativas de inflação. Como resultado, o consumo interno começou a apresentar sinais de recuperação, particularmente em setores como agricultura e mineração, os quais mostraram incrementos substanciais na produção e demanda.

A austeridade fiscal é uma solução sustentável para a economia argentina?

Embora as políticas de austeridade tenham obtido êxito inicial no controle da inflação, sua sustentabilidade a longo prazo gera debates entre economistas. Investimentos em setores estratégicos, outrora reduzidos, mantêm-se cruciais para o desenvolvimento robusto e equilibrado do país. Analistas sugerem que um equilíbrio entre contenção fiscal e estímulo ao crescimento econômico será essencial para solidificar os ganhos conquistados sem prejudicar áreas fundamentais.

  • Redução de ministérios e cortes orçamentários foram centrais para os ajustes fiscais.
  • O crescimento econômico e a inflação em queda proporcionam um cenário otimista, mas com desafios.
  • As políticas devem ser adaptadas para garantir melhorias duradouras sem sacrificar setores chave.

Qual o futuro econômico da Argentina sob Javier Milei?

O presidente Javier Milei reconhece que a estabilização econômica é um processo contínuo e que “estamos virando a página de décadas de descontrole econômico”, mas futuros ajustes ainda são necessários. Os próximos passos incluem focar em medidas que ofereçam um equilíbrio saudável entre a austeridade e o incentivo econômico.

Com o otimismo renovado, o desafio é assegurar que os avanços obtidos até agora possam persistir, mantendo o país em um caminho de crescimento e estabilidade econômica. A trajetória futura dependerá do sucesso em mitigar riscos potenciais enquanto se busca uma crescente e sólida estrutura econômica que atenda às necessidades da população.

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