Netanyahu diz que Israel não vai cumprir um dos termos do cessar-fogo

Horas antes do início do cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que não vai cumprir um dos termos da proposta, aprovada após meses de negociações. Em um comunicado divulgado neste sábado (18/1), o premiê israelense revelou que não deve diminuir a presença militar em uma região do enclave palestino, como ficou combinado no texto final do acordo.

Cessar-fogo entre Israel e Hamas

  • O cessar-fogo entre Israel e Hamas foi aprovado na última quarta-feira (15/1), após meses de negociações mediadas pelo Catar, Estados Unidos e Egito.
  • O plano deve ser implementado em três fases, com a primeira delas durando 42 dias. A trégua começa no domingo (19/1).
  • Nesta etapa, está prevista a troca de reféns que estão sob domínio do Hamas por palestinos presos em Israel. Também ficou acordado que o governo Netanyahu deve reduzir a presença militar na Faixa de Gaza.

No pronunciamento à nação, Netanyahu revelou que não vai diminuir o número de militares na região conhecida como Corredor Filadélfia, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Isso, segundo o premiê israelense, foi um dos princípios básicos impostos por seu governo durante as negociações.

“Quando digo manter o eixo Filadélfia, não só não estamos reduzindo as forças ali, como estamos aumentando, e isso é contrário a todas as publicações que vejo por aí”, disse o primeiro-ministro israelense.

A declaração de Netanyahu, um dia antes do cessar-fogo entrar em vigor, contradiz um dos termos do acordo onde ficou estabelecido que Israel deve reduzir, de forma gradual, suas tropas em Gaza. Esse termo do acordo valeria também para o Corredor Filadélfia, que deveria ser evacuado após a libertação dos 33 reféns que ainda estão no território palestino.

Ameaça de não cumprir o acordo

Mais cedo, Netanyahu falou em não cumprir o cessar-fogo caso o Hamas não divulgue a lista com o nome dos 33 reféns que devem ser libertados na primeira fase do plano, em troca da soltura de prisioneiros palestinos presos em Israel.

“Não avançaremos com a implementação do acordo até recebermos a lista dos abduzidos a serem libertados, conforme acordado”, disse um comunicado divulgado pelo gabinete do premiê israelense. “Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade recai sobre o Hamas”.

Até o momento, no entanto, o grupo palestino ainda não divulgou os nomes dos cativos em Gaza que serão liberados na primeira fase do cessar-fogo.

Retorno da guerra

Apesar da paz ter avançado na Faixa de Gaza, Netanyahu falou que Israel pode voltar a atacar o território palestino a qualquer momento, caso seja necessário. O premiê, pressionado internamente após assinar o cessar-fogo, disse que conta com o apoio do atual presidente dos EUA, Joe Biden, e do próximo líder norte-americano, Donald Trump. 

“Tanto o presidente Trump como o presidente Biden deram total apoio ao direito de Israel de regressas aos combates, se Israel chegar à conclusão de que as negociações sobre a fase B são inúteis”, disse Netanyahu se referindo a segunda etapa do cessar-fogo, previsto para se implementado em três fases.

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