Muro da Cracolândia: Nunes não cede e questiona ação do STF

São Paulo — O prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou, durante conversa com a imprensa nesta segunda-feira (20/1), a ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o muro da Cracolândia, construído pela Prefeitura de São Paulo no ano passado.

A barreira, que fica localizada na Rua General Couto de Magalhães, no centro da capital paulista, serviu para “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade”, segundo a gestão municipal.

Nunes afirmou que a administração municipal não foi notificada sobre o prazo de 24 horas que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, instituiu para que a prefeitura forneça informações sobre a construção do muro. Ele disse que, se for notificado sobre os questionamentos, as respostas já estão prontas.

Segundo o prefeito, há provas de que naquele local existia um tapume de ferro com locais pontiagudos, que, em maio de 2024, o tapume só foi substituído por um muro e que, não existe nenhum confinamento, porque o muro está só de lado e é aberto.

“É lamentável fazerem o ministro do STF, com tanta preocupação, ser provocado por conta de uma situação só de discurso político”, disse Nunes.

Na sexta-feira (16/1), o prefeito já havia questionado a ação. “Fazer um ministro do STF perder tempo com um negócio que aconteceu em março do ano passado é altamente sem nexo. Eu fico sem entender o objetivo disso. É uma pena que a gente tenha que ficar perdendo tanto tempo ao invés de estar cuidando dessas pessoas, ficar perdendo tempo com essas questões. Não tem decisão do ministro Alexandre e não existe nenhum fundamento legal par qualquer decisão. Que decisão ele tomaria? Volta o tapume?”, disse na ocasião.

O muro da Cracolândia

Com 40 metros de extensão, o muro fica próximo à Estação da Luz, demarcando um terreno de propriedade da prefeitura que tem formato triangular. Uma obra de 2024 trocou os tapumes de metal por uma barreira de alvenaria.

No lado oposto ao muro, na Rua dos Protestantes, havia um tapume de metal, que foi retirado. Um dos acessos ao local é limitado por grades. Segundo a gestão municipal, a obra serviu para “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade”.

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Muro forma cerco triangular na região da cracolândia

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área já é fechada por grades

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Muro forma cerco triangular na região da cracolândia

Reproduçãp/TV Globo

A ONG Craco Resiste criticou a presença do muro, acusando a prefeitura de “confinar” os frequentadores. Além disso, a organização que trabalha com dependentes químicos da região afirma que a obra foi feita sem aviso prévio e sem a participação da população.

A Defensoria Pública de São Paulo emitiu na quarta-feira (15/1) um relatório recomendando que a Prefeitura da capital remova os gradis e muros instalados na região de Santa Ifigênia.

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