TJM torna réus 4 PMs acusados de extorquir comerciantes do Brás

São Paulo — Os quatro policiais militares acusados de formar uma milícia para extorquir comerciantes do Brás, grande centro comercial de São Paulo. passaram a ser réus em ação que corre na 3ª Auditoria Militar do Estado, do Tribunal de Justiça Militar (TJM), após a Corregedoria da Polícia Militar (PM) concluir a investigação do caso.

O cabo José Renato Silva de Oliveira, o 1° sargento Wellington Stefani, o 2° sargento Humberto de Almeida Batista e a 3ª sargento Lucia Ferreira de Oliveira respondem por extorsão, roubo e constituição de milícia privada.

Histórico

  • Em 16 de dezembro, a Operação Aurora cumpriu 15 mandados de prisão preventiva, sendo seis contra policiais militares.
  • A ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Corregedoria da Polícia Civil e mirou policiais da ativa e reformados.
  • Além dos PMs, policiais civis também são suspeitos de fazer parte do esquema de extorsão contra comerciantes.
  • A investigação começou após o Gaeco receber a informação que agentes da segurança pública estavam exigindo e recebendo pagamentos para permitir a atividade dos comerciantes na região.
  • De acordo com o relato de testemunhas ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), o grupo cobrava R$ 15 mil por ano e de R$ 200 a R$ 300 por mês para permitir que os ambulantes, em sua maioria estrangeiros, montassem barracas nas ruas do Brás.
  • Quando as vítimas deixavam de pagar, eram encaminhadas pelos PMs para os agiotas, que cobravam juros de 20% ao mês. Segundo o coronel Fábio Sérgio do Amaral, da Corregedoria da Polícia Militar, um dos policiais atuava inclusive cobrando as dívidas contraídas pelos ambulantes com os agiotas.
  • Uma escrivã da Polícia Civil, que é ou já foi companheira de um sargento da PM, foi flagrada realizando atos de extorsão durante a apuração da Operação Aurora.
  • De acordo com a investigação, os policiais atuavam junto a agiotas para obter pagamentos mensais e anuais de ambulantes.

Outro lado

  • O advogado Lucas Albuquerque, defesa do sargento Humberto de Almeida Batista, afirmou em nota que as acusações sobre seu cliente são totalmente improcedentes. “O Processo Penal Militar, que corre na Justiça Militar do Estado de São Paulo, é uma oportunidade de provarmos a inocência do Humberto”, disse. Segundo ele, no decorrer do processo, a inocência do PM será comprovada.
  • Em nota, o advogado do cabo José Renato e da sargento Lucia, afirmou que as acusações impostas a seus clientes são falácias, “arvoradas nas palavras de testemunhas protegidas, sem qualquer credibilidade”. Segundo ele, o casal foi usado como “bode
    expiatório” pela Corregedoria da PM. Ele destacou o princípio da presunção de inocência, resguardado pela Constituição Federal, e disse ainda que os policiais acumulam condecorações e elogios de superiores ao longo da carreira.
  • A reportagem não localizou a defesa do sargento Wellington Stefani.
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