Marco Rubio, responsável pela diplomacia de Trump, define rumos. Veja

No primeiro contato com os funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio foi claro ao definir o futuro da política externa norte-americana, que promete promover a paz mundial e a prevenção de conflitos, mas que terá como bússola os interesses norte-americanos em primeiro lugar.

Quem é Marco Rubio

  • Filho de imigrantes cubanos, Marco Rubio é o primeiro chefe do Departamento de Estado dos EUA de origem latina.
  • Antes de chefiar a diplomacia norte-americana, Rubio foi senador e se destacou por posicionamentos polêmicos e fortes sobre temas ligados a política externa e segurança nacional.
  • Como parlamentar, ele ganhou notoriedade por se posicionar contra a influência de adversários dos EUA, como a China e Rússia.
  • Rubio também já fez críticas públicas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes.

“Em nossa república, os eleitores decidem o curso de nossa nação, tanto internamente quanto no exterior, e eles elegeram Donald J. Trump como nosso presidente quando se trata de política externa em uma missão muito clara”, disse Rubio em 20 de janeiro, horas após a posse do presidente republicano.

Segundo o novo chefe da diplomacia dos EUA, o Departamento de Estado vai tomar decisões com base em três perguntas de uma cartilha do governo de Donald Trump. Elas questionam se determinada ação ou movimento poder tornar o país mais seguro, forte ou próspero.

“Cada dólar que gastamos, cada programa que financiamos e cada política que buscamos deve ser justificada com a resposta às três perguntas”, disse Rubio em um comunicado.

Primeiros contatos

Mesmo que uma das principais promessas de campanha de Donald Trump tenha sido acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia de forma rápida, a diplomacia dos dois países ainda não teve contatos oficiais até o último dia 24 de janeiro. Em vez disso, Rubio conversou com aliados estratégicos e mostrou, na prática, a política externa “francamente tão direta quanto qualquer outra nos tempos modernos” prometida em seu discurso inicial.

Os primeiros contatos diplomáticos dos EUA sob o comando do chefe da política externa de Trump aconteceram com a Índia, Austrália, Japão, Filipinas, Israel, Canadá, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Costa Rica, Polônia, Egito e Turquia. Além disso, Rubio conversou com os opositores de Nicolás Maduro na Venezuela, María Corina Machado e Edmundo González, e o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte. 

Em torno das discussões, divulgadas parcialmente pelo Departamento de Estado, alguns assuntos em comum giraram em torno das conversas, apesar da complexidade e diferentes interesses envolvidos em cada relação. Com parceiros da Ásia e Oceania, a segurança do Indo-Pacífico, região onde estão localizados os rivais China e Coreia do Norte, foi o assunto em comum. Já com aliados no Oriente Médio, Rubio  a transição política na Síria, a Faixa de Gaza e a ameaça do Irã. 

Panamá e Canadá na mira

Apesar de repetir declarações recentes de Trump sobre a promoção da paz mundial, na primeira conversa com os funcionários da diplomacia norte-americana Rubio alertou que momentos delicados podem surgir nos próximos quatro anos. E o interesse nacional dos EUA será levado em conta em todos os possíveis momentos de atrito.

“Reconhecemos que haverá momentos, infelizmente, à medida que os humanos interagem uns com os outros por causa da nossa natureza, em que haverá conflitos. Procuraremos preveni-los e evitá-los, mas nunca às custas de nossa segurança nacional, nunca às custas de nosso interesse nacional e nunca às custas de nossos valores essenciais como nação e como povo”, disse Rubio em sua apresentação ao corpo diplomático.

Por isso, dois focos de tensão na relação entre Washington e a comunidade internacional já estão na mira de Rubio. Em meio às ameaças de anexar o Canadá, o secretário de Estados dos EUA falou com a chanceler canadense, Mélanie Joly, sobre as “novas abordagens da Administração Trump”.

Já a primeira viagem internacional do chefe da diplomacia dos EUA, prevista para a próxima semana, será ao território panamenho, alvo de ameaças recentes de Trump, que demonstrou o interesse em tomar o controle do Canal do Panamá. Depois disso, Rubio segue por um tour na América Central e Caribe que inclui Guatemala, Costa Rica, El Salvador e República Dominicana.

 

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.