6 anos após a tragédia de Brumadinho, mais de 40 barragens de Minas estão em risco de colapso

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

6 anos após a tragédia de Brumadinho em 2019, quando a barragem de Córrego do Feijão rompeu, o foco sobre a segurança das barragens em Minas Gerais intensificou-se. Atualmente, 43 estruturas no estado encontram-se em alerta ou situação de emergência, conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse número representa uma parte significativa das 102 barragens em estado crítico espalhadas pelo Brasil.

A maioria dessas barragens está localizada na Região Central de Minas Gerais, abarcando 19 municípios. Destacam-se as barragens Forquilha III e Serra Azul, operadas pela Vale e ArcelorMittal, respectivamente. Ambas são construídas pelo método de alteamento a montante, semelhante às barragens que colapsaram em Brumadinho e Mariana.

Por que o método a montante é preocupante?

O método a montante consiste na construção de barragens com alteamentos feitos a partir dos próprios rejeitos depositados. Este tipo de construção é conhecido por ser menos seguro, suscetível a desmoronamentos sob certas condições. Por conta disso, a legislação federal estipulou a descaracterização dessas estruturas até fevereiro de 2022; porém, o prazo não foi cumprido integralmente.

Em Minas Gerais, 19 barragens foram descaracterizadas, com outras 35 ainda em processos de alteração. Não é esperado que as obras em barragens como Forquilha III e Serra Azul sejam concluídas antes de 2035 e 2032, respectivamente.

Como ocorreram as tragédias das barragens?

Em Brumadinho, o rompimento da barragem liberou 12 milhões de m³ de rejeitos, causando 270 mortes. Até hoje, três pessoas permanecem desaparecidas. Operações de busca continuam com o Corpo de Bombeiros, que utiliza equipamentos avançados e inteligência artificial para localizar restos humanos entre os escombros.

O papel das empresas e investigações

Investigações apontam que a empresa consultora contratada pela Vale, Tüv Süd, teria emitido certificados de estabilidade apesar dos sinais de problemas, resultando na tragédia de Brumadinho. Essas declarações permitiram que a Vale mantivesse as operações, apesar de um fator de segurança insuficiente. As investigações judiciais estão em andamento, com defesas já apresentadas pela maioria dos acusados.

Esforços de reparação e segurança

Empresas como a Vale e ArcelorMittal alegam compromisso com a segurança e as vítimas. A Vale afirma colaborar com as autoridades desde o início das investigações e planeja avançar com a descaracterização de suas barragens. ArcelorMittal, por sua vez, afirma que a barragem de Serra Azul está desativada e monitorada continuamente.

Este cenário evidencia a complexidade da gestão de barragens em Minas Gerais, sobressaltado pelas árduas exigências de engenharia e pelas expectativas sociais para garantir que tragédias passadas não se repitam. O progresso contínuo na legislação e nas práticas de segurança é crucial para proteger vidas e o meio ambiente.

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